EUA removem cidadãos confinados em navio por novo coronavírus
Novos 99 casos foram registrados no cruzeiro Diamond Princess somente nesta segunda, elevando o número total de contaminações para 454
Os Estados Unidos iniciaram a retirada dos cidadãos americanos que estão há dias na costa do Japão a bordo do transatlântico Diamond Princess em quarentena por conta da epidemia do novo coronavírus. A remoção ocorre no momento em que autoridades do Japão aumentam suas advertências sobre o surto, pedindo que os cidadãos evitem lugares cheios.
Na madrugada desta segunda-feira (horário local), 17, os americanos deixaram o navio em grupos, passando por um controle de passaportes improvisado, embora não tenham se submetido a um controle sanitário, informou a passageira californiana Sara Arana. Em seguida, eles embarcaram em ônibus cujos motoristas vestiam roupas de proteção.
Dois voos fretados devem levar os passageiros do navio para os Estados Unidos, onde parte deles permanecerá em quarentena de catorze dias em uma base militar da Califórnia, e os demais, no Texas.
Segundo o Departamento de Estado, catorze dos americanos retirados do navio foram diagnosticados com o novo coronavírus. Apesar da infecção, ele foram autorizados a embarcar no voo de volta aos Estados Unidos, mas serão mantidos em área isolada dos demais passageiros.
Alguns cidadãos americanos rejeitaram a remoção. “Minha saúde está boa e minhas duas semanas de quarentena estão quase no fim. Por que eu iria querer entrar em um ônibus e avião com outras pessoas que acreditam estar infectadas, quando passei quase duas semanas isolado das mesmas?”, tuitou o advogado Matt Smith, que estava no navio com a mulher.
Ao todo, 454 pessoas a bordo do Diamond Princess foram diagnosticadas com o novo coronavírus. Somente nesta segunda, 99 novos casos foram confirmados.
Passageiros canadenses, italianos, sul-coreanos e de Hong Kong também devem ser retirados do navio, depois de seus governos anunciarem planos para repatriá-los.
Ao menos quarenta americanos a bordo do cruzeiro foram diagnosticados com o novo coronavírus antes da operação de remoção, segundo uma autoridade da saúde dos Estados Unidos. “Eles serão tratados em hospitais no Japão”, afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIH) à rede CBS. “Não vão a lugar nenhum”, garantiu.
Questionado sobre a gravidade da infecção dos americanos, Fauci respondeu que variava de acordo com cada caso. “Um pode estar infectado e ter sintomas mínimos, mas ainda assim infectar alguém”, disse ele. “Ou pode estar infectado e sofrer um problema pulmonar significativo que requer hospitalização e talvez até uma intervenção séria”, acrescentou.
Epidemia na China
Mais de 1.770 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus na China desde que o primeiro caso foi detectado na cidade de Wuhan. Somente nesta segunda-feira foram reportadas 105 novas vítimas. Cinco outros pacientes morreram fora da China.
Ao todo, 70.548 casos foram registrados na China continental, após o Ministério da Saúde informar sobre a confirmação de 2.048 novas infecções nesta segunda.
(Com AFP e Reuters)