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EUA: Sem esperada onda republicana, controle do Congresso continua incerto

Mesmo com inflação em alta e a popularidade do democrata Joe Biden em baixa, polarização pode ter atuado como freio para candidatos da direita radical

Por Da Redação
Atualizado em 9 nov 2022, 09h10 - Publicado em 9 nov 2022, 08h56
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  • Após as eleições de meio de mandato dos Estados Unidos na terça-feira 8, o controle do Congresso continua incerto nesta quarta-feira, 9. O Partido Democrata desafiou uma esperada onda vermelha, cor do Partido Republicano, já que o pleito no meio do governo costuma desfavorecer quem controla a Casa Branca. Por enquanto, democratas têm 48 dos 100 assentos do Senado, contra 47 dos republicanos, e na Câmara conseguiram preservar 172 dos 435, contra 197.

    Ambos os partidos monitoram atentamente os votos para o Senado em Nevada e Arizona, bem como uma disputa acirrada na Geórgia que pode levar a um segundo turno em dezembro.

    À medida que a contagem avançava, ficou claro que os democratas driblaram previsões de uma derrota arrebatadora, vencendo dezenas de disputas importantes em todo o país. Mas mesmo com decepções, os republicanos ainda podem emergir com maiorias nas duas casas do Congresso.

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    Para manter o controle do Senado, os democratas precisam que dois de seus titulares ameaçados, Mark Kelly, do Arizona, e Catherine Cortez Masto, de Nevada, mantenham suas lideranças (Kelly estava liderando na quarta-feira, com 66% dos votos contados, enquanto Cortez Mastro estava atrás, com 75% dos votos apurados.

    Se apenas um desses dois prevalecer, o controle democrata vai depender da Geórgia, onde o senador democrata Raphael Warnock pode ter que disputar um segundo turno de 6 de dezembro, caso nem ele nem o desafiante, Hershel Walker, atinjam a maioria dos votos. Seria uma repetição de 2021, quando o segundo turno no estado definiu a atual maioria democrata.

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    Na terça-feira, uma vitória suada do vice-governador da Pensilvânia, John Fetterman, sobre o médico celebridade Mehmet Oz (Dr. Oz na TV) virou um assento do Senado para os democratas. Dois senadores do partido em exercício, Maggie Hassan, de New Hampshire, e Michael Bennet, do Colorado, venceram a reeleição, de acordo com a Associated Press, encerrando duas disputas vistas como prenúncios de uma onda republicana.

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    Só que, em Ohio e na Carolina do Norte, dois republicanos endossados ​​pelo ex-presidente Donald Trump chegaram à vitória. O autor e gestor de capital de risco J.D. Vance derrotou o deputado democrata Tim Ryan em Ohio, e Ted Budd ganhou o assento na Carolina do Norte, vago pela aposentadoria do também republicano Richard Burr.

    Na luta pela Câmara, apenas uma candidata democrata, a deputada Elaine Luria, da Virgínia, havia sido derrotada no início desta quarta-feira. Mas sua derrota foi acompanhada pela derrota de um republicano veterano, o deputado Steve Chabot, em Ohio. O Partido Republicano também ganhou dois assentos abertos na Câmara, desocupados pelos democratas na Flórida.

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    O deputado Sean Patrick Maloney, de Nova York, ainda corre o risco de perder seu cargo. Contudo, em outras disputas críticas na Câmara, democratas ameaçados, como os deputados Abigail Spanberger, da Virgínia, e Chris Pappas, de New Hampshire, mantiveram seus assentos, segundo a Associated Press.

    Com assentos ainda em jogo em Nova York e vários estados da costa leste, o controle da Câmara não está definido. Pode levar vários dias até que os resultados sejam claros.

    Além do Congresso, eleitores também devem escolher substitutos para 36 governos e uma série de cargos estaduais críticos. As disputas para governador em Nova York e Pensilvânia e as disputas para o Senado no Colorado e Washington foram todas para os democratas. E nos estados decisivos, os democratas se saíram muito melhor do que o esperado. A governadora Gretchen Whitmer, democrata, foi reeleita em Michigan, assim como o governador Tony Evers em Wisconsin.

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    Tudo indica que, mesmo se conseguirem a maioria, os republicanos devem ter um dos piores desempenhos em décadas contra o partido no poder e um presidente em primeiro mandato. A polarização do país pode ter funcionado como um freio, segundo analistas. Mas os Estados Unidos deixam essas eleições como entraram: um país dividido e ancorado em uma faixa estreita do espectro político.

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    A inflação foi uma questão-chave na corrida, deixando os democratas temerosos. Mas a influência de Trump sobrecarregou os republicanos com candidatos fracos, e a base democrata compareceu em massa às urnas.

    Além disso, eleitores na Califórnia, Michigan e Vermont optaram por consagrar as proteções ao aborto em suas constituições estaduais, indicando que, quando perguntados diretamente, uma ampla seção transversal de americanos quer proteger o acesso ao procedimento – direito federal revertido pela Suprema Corte em junho.

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