O governo dos Estados Unidos vai impor já nesta quinta-feira, 22, novas sanções contra Cuba, após protestos em massa na ilha no último dia 11. De acordo com o Departamento do Tesouro americano, as sanções impostas são contra um oficial de segurança cubano e uma brigada do Ministério do Interior por violações de direitos humanos relacionadas à repressão às manifestações.
As sanções fazem parte da resposta do governo do presidente americano Joe Biden à situação na ilha, que inclui também possíveis medidas para tentar melhorar o acesso à internet em Cuba e um estudo sobre a possibilidade de voltar a autorizar o envio de remessas para o país.
Aos gritos de “liberdade” e pedindo a renúncia do presidente Miguel Díaz-Canel, milhares de pessoas foram às ruas em diferentes cidades de Cuba, entre elas Havana, para protestar contra o governo no domingo 11. Na capital, as manifestações pacíficas foram interceptadas por forças da segurança e apoiadores do governo, ocasionando confrontos violentos e prisões.
Foi a primeira vez que um grande grupo de cubanos saiu às ruas de Havana para protestar contra o governo desde o famoso “Maleconazo” de 1994, no meio da crise econômica do chamado “Período Especial”.
Uma fonte legislativa, familiarizada com as conversas dentro do governo americano, confirmou à agência de notícias EFE que Biden vai impor uma nova onda de sanções “seletivas” contra funcionários do governo cubano, na tentativa de apoiar os protestos na ilha. As sanções devem afetar um pequeno número de funcionários do Ministério do Interior cubano e seus militares.
Durante sua campanha à Presidência, Biden havia prometido reverter algumas das políticas adotadas por seu antecessor, Donald Trump, contra o regime cubano. Apesar de não ter apoio da comunidade internacional, os EUA impõem embargo comercial e econômico sobre Cuba há seis décadas.
Na última segunda-feira, o governo americano revelou que o Departamento do Tesouro estava “estudando a designação de funcionários cubanos responsáveis pela violência, repressão e violações dos direitos humanos contra manifestantes pacíficos” em Cuba.
Biden também ordenou sua equipe que estudasse a reautorização do envio de remessas a Cuba, proibidas desde novembro do ano passado, desde que seja garantido que o dinheiro “chegue diretamente às mãos do povo cubano”, explicou à Efe um funcionário americano.
Outra das medidas anunciadas pelo governo na segunda-feira e que estão em estudo é a transferência de mais pessoal para a embaixada dos Estados Unidos em Havana com o objetivo de “facilitar a participação diplomática, consular e da sociedade civil” e também por razões de “segurança”.