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Europa emite alertas ambientais e de saúde em meio a primeira grande onda de calor de 2025

Situação 'é sem precedentes', diz ministra francesa de Transição Ecológica; temperaturas devem ultrapassar os 40ºC nesta semana

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2025, 08h45

Grandes partes da Europa, particularmente no sul, registraram temperaturas entre 35 e 40 graus nesta segunda-feira, 30, e emitiram uma série de alertas ambientais e de saúde e ambientais para evitar o pior do que se desenha como a primeira grande onda de calor a atingir o continente em 2025.

França, Itália, Portugal e Espanha, em particular, registraram condições climáticas extremas durante o fim de semana, que continuam nesta segunda. A previsão do tempo é implacável: Roma, Madri e Bolonha (36°C), Atenas e Nápoles (35°C), Lisboa (34°C), Zagreb (33°C), Paris (32°C), Londres (31°C).

França

Na França — onde os alertas de onda de calor costumam se concentrar em áreas específicas — pela primeira vez na história, quase toda a porção continental do país está sob alertas de clima. Segundo a agência de notícias AFP, 84 dos 96 departamentos na França continental vivem sob o segundo maior nível de calor, o “laranja”. Apenas uma pequena porção da costa norte da Bretanha e parte da Normandia foram poupadas.

“Isso é sem precedentes”, declarou Agnes Pannier-Runacher, ministra de Transição Ecológica.

Em algumas áreas, as temperaturas devem ultrapassar 40ºC na segunda e terça-feira, gerando alertas de seca em 25 áreas. O governo solicitou que as empresas adaptem os horários de trabalho para proteger os trabalhadores do calor. Um total de 200 escolas públicas em toda a França serão fechadas parcial ou totalmente. Nos arredores de Paris, na via A86, limites de velocidade foram fixados em 20 km/h para reduzir a poluição.

Os bombeiros também estão em alerta. No final de semana, a França registrou seu primeiro grande incêndio do verão na região de Corbières, em Aude, no sudoeste do país. Acredita-se que o fogo tenha sido provocado por uma churrasqueira que não havia sido totalmente apagada e foi transportada em um trailer atrás de um carro. Cerca de 400 hectares foram queimados e mais de 100 pessoas foram retiradas da área por precaução, mas incêndio foi controlado nesta manhã.

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Espanha

Na Espanha, por sua vez, há regiões onde as temperaturas podem chegar a 42°C nesta segunda-feira, como em Extremadura.

O país permanece em alerta de calor intenso – especialmente após um recorde provisório nos termômetros, de 46°C, registrado no último sábado 28 em El Granado, na província andaluza de Huelva. A temperatura mais alta registrada anteriormente para o mês de junho foi de 45,2°C em Sevilha, em 1965.

A Aemet, agência meteorológica estatal da Espanha, e seu Ministério da Saúde alertaram a população sobre a necessidade de cuidados extras com o calor.

A nação mediterrânea registrou sua temperatura mais alta da história em agosto de 2021, quando o termômetro na cidade andaluza de Montoro, perto de Córdoba, atingiu 47,4°C. No ano seguinte, um estudo da Aemet constatou que os termômetros começaram a chegar a 30°C, em média, de vinte a quarenta dias mais cedo do que nos últimos 71 anos. “O verão está consumindo a primavera”, disse na época o porta-voz da Aemet, Rubén del Campo, ao jornal El País.

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Itália

Devido à onda de calor, 27 cidades italianas, incluindo Roma, Milão e Nápoles, foram colocadas sob alerta máximo de risco extremo à saúde no domingo 29. A orientação é que os habitantes não deixem suas casas entre 11h e 18h.

Algumas regiões, como Lácio, Úmbria, Toscana, Calábria e Puglia, planejam proibir o trabalho ao ar livre durante os horários mais quentes do dia.

Unidades de emergência hospitalares em todo o país estão sob pressão: internações aumentaram em 20% em algumas das regiões mais quentes, como a Toscana, a maioria dos pacientes sendo idosos e com quadros de desidratação.

A onda de calor deve perdurar por pelo menos os próximos dez dias, com temperaturas chegando a 42°C em áreas do sul do país e algumas ilhas.

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Incêndios florestais também foram relatados no Lácio, Sicília, Campânia e, especialmente, na Sardenha, em meio ao calor e ventos intensos, com 24 focos diferentes surgindo em poucas horas na ilha.

Mudanças climáticas

Segundo cientistas, as mudanças climáticas provocadas pela ação humana estão potencializando fenômenos naturais extremos em todo o mundo, com desastres mais frequentes e mortais, desde ondas de calor a inundações, furacões, tempestades e incêndios florestais. Pelo menos uma dúzia dos eventos mais graves da última década teriam sido praticamente impossíveis sem o aquecimento global causado pelo homem, de acordo com pesquisas.

E quando se trata da atual onda de calor, o Índice de Mudança Climática, que mostra se a anomalia dos fenômenos está ligada às mudanças climáticas, indica exatamente isso para Espanha, França e Itália no momento, atribuindo-lhes a classificação mais alta, de +5.

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