O presidente boliviano Evo Morales afirmou neste domingo, 25, que mudou de ideia e agora está aberto à ajuda internacional para combater os incêndios que atingiram aldeias rurais e dobraram de tamanho desde a última quinta-feira. Morales também suspendeu sua campanha de reeleição por pelo menos uma semana para se concentrar nos incêndios.
As chamas ardem ininterruptamente por vastas faixas de floresta e savana tropical montanhosa perto da fronteira da Bolívia com o Paraguai e o Brasil. Pelo menos 1 milhão de hectares foram afetados pelos incêndios, disseram autoridades.
“Houve ofertas de ajuda”, disse Morales a repórteres em uma excursão por algumas das áreas afetadas. “Elas são bem-vindas, sejam de grupos internacionais, pessoas ou presidentes.”
O governo de Morales demorou a aceitar a ajuda, inicialmente dizendo que usaria seus próprios recursos para combater os incêndios, mas pedidos de moradores e autoridades da província de Santa Cruz levaram a uma reviravolta. Argentina, Paraguai, Peru, Chile e Espanha já ofereceram apoio.
“Eu instruí o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores a ver como eles podem ajudar a apagar esses incêndios”, disse Morales.
Imagens de televisão mostravam chamas fora de controle e nuvens opacas de fumaça que envolviam aldeias, savana escaldante e campos agrícolas pontilhados de palmeiras oscilantes e atravessando encostas.
No final da semana passada, a Bolívia contratou um Boeing 747 “Superpetroleiro” dos Estados Unidos para ajudar no combate a incêndios e mobilizou mais de 2.000 bombeiros, além de pequenas aeronaves e helicópteros.
Os rivais políticos acusaram Morales de uma resposta lenta. Alguns disseram que suas políticas de desenvolvimento rural estão contribuindo para o problema, uma vez que os agricultores colocam fogo na floresta para limpar terras para pastagens e assentamentos.
Milhares de incêndios florestais também estão dizimando a vizinha Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo. As chamas quase dobraram este ano em comparação com o mesmo período de 2018, provocando indignação global.
As vastas florestas da região amazônica são amplamente vistas pelos cientistas como um amortecedor contra as mudanças climáticas.
A porção da Amazônia na Bolívia, embora não seja tão extensa, permanece fortemente arborizada. A nação andina é uma das mais pobres do hemisfério ocidental, mas uma das mais ricas em biodiversidade.