Ex-chefe de campanha de Trump questiona investigação sobre Rússia
Paul Manafort entrou na Justiça contra procurador-especial que investiga interferência russa na última eleição americana alegando excessos na sua atuação
Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou na Justiça nesta quarta-feira contra o promotor-especial Robert Mueller, argumentando que sua ampla investigação sobre a interferência russa na eleição presidencial americana de 2016 excede os poderes do mandato que lhe foi conferido.
O processo tem como réu, além de Mueller, o vice-procurador-geral Rod Rosenstein, que nomeou Mueller e tem a responsabilidade de supervisionar as atividades do procurador-especial. Manafort acusa Rosenstein de exceder sua autoridade legal ao “dar carta branca ao Sr. Mueller para investigar e apresentar denúncias sobre o que quer que seja que ele encontre” no curso da investigação. O ex-chefe de campanha também pediu à Justiça que o caso contra ele seja arquivado.
Mueller foi escolhido pelo Departamento de Justiça americano em maio de 2017 para conduzir a investigação. Ex-procurador federal, ele tem uma reputação de independência e foi diretor do FBI entre 2001 e 2013 — assumiu o cargo logo após os ataques terroristas de 2001 e foi apontado como responsável por dar à agência um papel maior na coleta de informações de inteligência.
A investigação já revelou diversos encontros entre funcionários de alto-escalão da campanha de Trump com representates do governo russo.
No início de dezembro, Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA que também trabalhou como conselheiro de assuntos internacionais na campanha do presidente Trump, admitiu ter mentido ao FBI sobre seus encontros com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Sergei Kisyliak. O ex-assessor de Trump depôs no tribunal depois que Mueller, que investiga a possível ingerência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA, o acusou formalmente de “intencionalmente e com conhecimento” fazer “declarações falsas, fictícias e fraudulentas” ao FBI.
(com Reuters)