O ex-general da KGB Oleg Erovinkin, encontrado morto em Moscou em dezembro do ano passado, é suspeito de ter ajudado o ex-agente do serviço secreto britânico Christopher Steele a produzir o controverso dossiê sobre as relações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Rússia, segundo reportagem do jornal britânico The Telegraph publicada nesta sexta-feira.
Oleg Erovinkin foi achado morto na parte traseira do seu carro. A agência de notícias russa RIA Novosti publicou que “uma investigação de grande escalada foi iniciada”. A causa da morte seria uma parada cardíaca. Erovinkin foi um dos principais assessores de Igor Sechin, ex-vice-primeiro-ministro da Rússia e atual presidente executivo da Rosneft, a empresa estatal de petróleo do país. A companhia é uma das mais citadas no dossiê.
O dossiê, que traz detalhes de farras de Trump com prostitutas, pagamentos de propina e o auxílio da inteligência russa para grampear membros do partido Democrata, veio à tona no início deste ano, mas não teve nenhum de seus relatos confirmados pelas autoridades americanas. Trump classificou as informações como “mentiras” e uma “calúnia em estilo nazista” que teria sido criada por “pessoas doentes”.
A reportagem do Telegraph cita afirmações feitas pelo especialista em ameaças à segurança referentes à Rússia Christo Grozev em seu blog. Ele disse que Erovinkin pode ser a fonte-chave a quem o ex-espião britânico se refere no dossiê. “Descreveram Erovinkin para mim como “tesoureiro de Sechin” e “o intermediário entre Putin e Sechin”. Um ponto que todos parecem concordar — tanto em fontes públicas como privadas — é que Erovinkin foi o mais próximo de Sechin”, escreveu Grozev no artigo.