A ex-primeira-dama Fabiola Yañez apresentou uma queixa criminal contra o ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, por violência física e assédio nesta quarta-feira, 7. Em resposta um tribunal federal decidiu proibir sua saída do edo país e também ordenou “medidas de restrição e proteção”, para impedir que ele se comunique com a antiga esposa.
“Acabei de apresentar a queixa, não aguento mais”, disse Yañez ao seu advogado, Juan Pablo Fioribello, após comunicar-se com o tribunal de Madri.
Fernández soube da notícia pouco depois, segundo o portal de notícias argentino Infobae.
Tudo começou com uma série de mensagens encontradas no telefone de María Cantero, ex-secretária de Alberto Fernández, no âmbito de uma investigação sobre seguros. Uma dessas conversas foi com Yañez, sobre supostos atos de violência. Ercolini guardou este material num arquivo reservado, notificou o Gabinete de Violência de Gênero do Supremo Tribunal e depois convocou a ex-primeira-dama para uma audiência por videoconferência de Madri, onde ela vive.
No mês passado, após a audiência ampliada com o juiz federal Julián Ercolini, porém, Yañez recusou-se a apresentar a queixa. Não está claro o que a fez mudar de ideia, mas ela afirmou ao tribunal que o ex-marido a assedia “diariamente” por telefone e a submete a “terrorismo psicológico”.
De acordo com o Infobae, nas últimas horas houve comunicações entre os dois. Por isso as medidas para que o ex-presidente não se comunique mais por telefone com a ex-mulher, nem se aproxime dela.
A proibição de abordagem ocorre num raio de “500 metros da morada onde reside em Madri e de qualquer local onde exerça atividades laborais, educativas, recreativas ou frequentes”. Ercolini é definitivo. Estabelece uma proibição “absoluta” de contato entre Fernández e ela, independentemente do meio.
O jornal argentino Clarín revelou no último domingo que existem fotografias, áudios e mensagens de texto que confirmariam vários episódios de agressões físicas de Alberto Fernández à sua ex-mulher.
Talvez por isso, a denúncia foi feita pela própria Yañez, sem a participação de advogado. Segundo fontes consultadas pelo jornal argentino La Nacion, Yañez não ficou satisfeita com a “representação” midiática feita pelo advogado Juan Pablo Fioribello, seu defensor em outros casos, que disse publicamente que ela lhe havia afirmado que a violência física não existiu.
Antes dessa revelação, o advogado da ex-primeira-dama havia dito que o casal negava a existência de agressão física e que falavam apenas em “discussões fortes”.