O candidato governista, Lenín Moreno, e o opositor Guillermo Lasso devem se enfrentar no segundo turno das eleições presidenciais do Equador no dia 2 de abril, afirmou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Juan Pablo Pozo, nesta terça-feira.
Com 95,4% dos votos apurados, Pozo disse em cadeia nacional que a tendência de segundo turno está “claramente estabelecida” e que os 5% restantes não podem reverter os porcentuais de votos recebidos pelos dois candidatos – Moreno, um administrador de 63 anos, tem 39% dos votos válidos contra 28% de Lasso, que presidiu o Banco Guayaquil e disputa a presidência do Equador pela segunda vez.
Segundo a legislação eleitoral do Equador, Moreno, ex-vice-presidente do governo de Rafael Correa entre 2007 e 2013, teria que obter ao menos 40% dos votos válidos mais uma diferença de 10 pontos porcentuais sobre o segundo colocado para conseguir uma vitória no primeiro turno.
Na eleição de domingo, cerca de 9,8 milhões de equatorianos foram às urnas para decidir entre a continuidade do modelo socialista instaurado por Correa há uma década ou uma mudança de direção no sentido de uma economia de livre mercado.O atraso na proclamação dos resultados oficiais finais da eleição gerou incertezas e alegações de fraude.
Apesar da diferença de mais de 10 pontos porcentuais que separa Moreno de Lasso, a ida da disputa para o segundo tuno é um grande revés para o governo, que, liderado por Correa, alcançou vitórias retumbantes nas urnas desde que assumiu o poder em 2007.
Moreno, que tem procurado distanciar-se do estilo de confronto de Correa e das acusações de corrupção que envolvem seu governo, parecia resignado sobre a definição da Presidência em um segundo turno, depois de ter previamente celebrado sua “vitória” nos primeiros resultados de boca de urna.
Lasso, acionista do Banco Guayaquil, que presidiu por quase duas décadas, pediu aos outros seis candidatos de oposição que se unam para enfrentar Moreno.
Entretanto, o banqueiro ainda desperta desconfiança em parte da população, que o associa com a crise financeira de 1999, que deixou o país atolado em desemprego e inflação.
(Com Reuters)