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Irã: explosões matam 103 perto de túmulo de general assassinado pelos EUA

Ataques ocorreram em cerimônia no Irã para homenagear o comandante Qassem Soleimani, morto por um drone americano em 2020

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h39 - Publicado em 3 jan 2024, 11h23

Autoridades do Irã comunicaram nesta quarta-feira, 3, que duas explosões mataram mais de 100 e feriram outras dezenas de pessoas em uma cerimônia perto da mesquita Saheb al-Zaman, na cidade de Kerman, para homenagear o comandante Qassem Soleimani, morto pelos Estados Unidos em 2020. Teerã classificou o incidente como um “ataque terrorista”.

De acordo com a televisão estatal iraniana, houve duas explosões consecutivas na cidade do sul do país, durante um evento que marcava o aniversário de morte de Soleimani.

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“As explosões foram causadas por ataques terroristas”, disse a TV estatal, citando uma autoridade local da província de Kerman. Já o Nournews, um canal de televisão semioficial, havia dito anteriormente que “vários botijões de gás explodiram na estrada que leva ao cemitério” onde está enterrado Soleimani.

Babak Yektaparast, porta-voz dos serviços de emergência do Irã, afirmou que 73 pessoas morreram e 170 ficaram feridas. A televisão estatal, porém, disse mais tarde que pelo menos 103 pessoas foram mortas, e a emissora sugere que 170 é um número subestimado de feridos.

O incidente

A agência de notícias iraniana Tasnim, citando fontes, afirmou que as duas bombas que explodiram perto do túmulo de Soleimani foram detonadas por controle remoto.

“Dois sacos contendo bombas explodiram” no local, disse a Tasnim, que é próxima do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, do qual Soleimani fazia parte.

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Já a agência de notícias estatal ISNA afirmou que o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, disse que as bombas explodiram com 10 minutos de intervalo.

Nenhum grupo assumiu, por enquanto, a responsabilidade pelos ataques.

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Operação de emergência

Imagens da TV estatal mostraram equipes de resgate do Crescente Vermelho, espécie de braço da Cruz Vermelha que atua no Oriente Médio, atendendo pessoas feridas na cerimônia, onde centenas de iranianos se reuniram para marcar o aniversário da morte de Soleimani.

“Nossas equipes de emergência estão retirando os feridos [da área], mas há ondas de multidões bloqueando as estradas”, disse Reza Fallah, chefe do Crescente Vermelho da província de Kerman, à TV estatal.

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Quem foi Soleimani?

Qasem Soleimani (1957-2020) foi um major-general iraniano da Guarda Revolucionária Islâmica, além de ter comandado a Força Quds – uma divisão responsável, principalmente, por ações militares fora do país e operações clandestinas.

Considerado um líder no regime iraniano, recebeu sanções do governo dos Estados Unidos por seu apoio a grupos anti-americanos no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, porém, era considerado um comandante militar hábil, que ajudou os governos iraquiano e sírio a combater terroristas islâmicos como Saddam Hussein e o Estado Islâmico.

Soleimani foi morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos, em 3 de janeiro de 2020, perto do Aeroporto Internacional de Bagdá. O bombardeio que o matou teria sido uma resposta pelos ataques contra a embaixada americana em Bagdá, quatro dias antes, executado por uma milícia iraquiana aliada ao Irã.

Segundo o Departamento de Defesa americano, Soleimani estaria planejando mais ataques contra diplomatas e militares americanos e tinha pessoalmente aprovado o bombardeio contra a embaixada. Isso, contudo, não foi provado por órgãos independentes.

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