Explosão mata militar russo perto de Moscou em dia de visita do enviado de Trump
Kiev não assumiu autoria do ataque, mas realizou ações semelhantes no passado; Putin e o americano Steve Witkoff negociam acordo de paz na capital russa

Um alto oficial do exército russo morreu após um carro explodir nos arredores de Moscou nesta sexta-feira 25, poucas horas antes de um encontro entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Steve Witkoff, o enviado especial do seu homólogo americano, Donald Trump, na capital.
As autoridades locais identificaram a vítima como Yaroslav Moskalik, vice-chefe da Diretoria Principal de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas Russas.
O Comitê de Investigação da Rússia, responsável por apurar crimes graves, abriu um processo criminal sobre o caso e afirmou que a explosão foi causada pela detonação de um dispositivo explosivo improvisado repleto de estilhaços dentro de um Volkswagen Golf.
Yaroslav Moskalik, Deputy Head of the General Operations Directorate of the Russian General Staff, was killed in a sabotage operation in Moscow’s Balashikha District. Investigators found IED fragments at the scene, pointing to a targeted attack.
This is the second senior Russian… pic.twitter.com/fHuzLBmO2N
— OSINTWarfare (@OSINTWarfare) April 25, 2025
A explosão aconteceu na avenida Nesterova, na cidade de Balashikha. O site russo Baza, que possui fontes entre os órgãos de segurança do país, informou que uma bomba que estava dentro do carro estacionado foi detonada remotamente quando o militar, morador da região, passou pelo local. Segundo relatos de testemunhas, o impacto teria lançado o general a vários metros de distância.
Moskalik, de 59 anos, já havia participado de diversas missões diplomáticas de alto nível, incluindo negociações com a Ucrânia realizadas em Paris, em 2015, após a anexação da Crimeia, e uma visita à Síria em 2018 para atender ao regime do ditador Bashar al-Assad, aliado de Putin e deposto no ano passado.
Este não é o primeiro incidente do tipo. Em novembro do ano passado, um oficial da Marinha russa acusado pela Ucrânia de “crimes de guerra” morreu em um ataque a bomba na Crimeia. E em fevereiro deste ano, uma explosão no saguão de um prédio residencial de luxo em Moscou, matando Armen Sarkisyan, um ucraniano que liderava um grupo paramilitar pró-Rússia.
Negociações sobre cessar-fogo
A explosão ocorreu horas antes do enviado do presidente americano Donald Trump, Steve Witkoff, chegar a Moscou para uma reunião com Putin. Apesar de não haver provas sobre um possível envolvimento de Kiev no incidente, a morte de Moskalik pode prejudicar o avanços das negociações por uma trégua na guerra entre ambos os países.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse na quinta-feira que Moscou estava “pronta para chegar a um acordo” para encerrar o conflito, mas acrescentou que ainda havia alguns pontos específicos que precisavam ser “ajustados”.
Na quarta-feira, Trump acusou Zelensky de prolongar o “campo de extermínio”, como chamou o conflito, e fazer declarações “muito prejudiciais”. O ucraniano descartou reconhecer a Crimeia como russa e afirmou ser necessário implementar um cessar-fogo completo antes que qualquer acordo seja discutido.
E na quinta, após uma ataque massivo da Rússia com drones e mísseis balísticos e guiados contra a capital ucraniana, Kiev, o americano afirmou que o incidente ocorreu em um timing ruim e postou um recado a Putin nas redes sociais: “Pare!”