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Expulsos de casa: avanço israelense em Gaza acirra o drama humanitário

Apesar da debandada de Gaza City, 600 000 palestinos seguem por lá e, ao que tudo indica, os reféns continuam vivos

Por Ernesto Neves 20 set 2025, 08h00

A impressionante imagem de um formigueiro humano deixando a casa para trás e carregando consigo o que dava, na terça-feira 16, é o mais recente capítulo do drama humanitário que se desenrola na Faixa de Gaza. A marcha de 350 000 pessoas de Gaza City, a mais densamente povoada cidade do enclave, rumo ao Sul ocorreu em razão de um fato inédito desde que o grupo terrorista Hamas, hoje ali baseado, capitaneou bárbaros ataques contra Israel, em 7 de outubro de 2023: pela primeira vez, o governo encabeçado por Benjamin Netanyahu coloca como objetivo militar arrasar a populosa área urbana às margens do Mediterrâneo — um movimento para lá de condenado pela comunidade internacional e por muitos israelenses, dado o elevado risco que embute e seu questionável propósito tático.

Com os tanques em ação, o cessar-fogo, que já pareceu tão próximo, fica cada vez mais distante no horizonte de uma guerra que já custou a vida de 64 000 palestinos, arrastou a população local para níveis assustadores de desnutrição e não deu conta de resgatar os reféns nos túneis do Hamas, uns vinte deles provavelmente vivos. A justificativa de Netanyahu é eliminar de vez o grupo terrorista, argumento criticado até por alguns de seus generais, como o chefe do estado-maior Eyal Zamir, que diz: “Isso pode levar anos, se é que é possível”. De acordo com observadores atentos do belicoso tabuleiro, as principais lideranças do Hamas já estariam mortas e o grupo enfraquecido, abrindo espaço para conversas de outro patamar, mirando o futuro de Gaza.

Os rumos traçados por Netanyahu têm feito até nações historicamente aliadas de Israel, como França e Inglaterra, avisarem que irão reconhecer o Estado Palestino, gesto de peso simbólico previsto para a Assembleia Geral da ONU, na próxima segunda, 22. Um comitê da organização, aliás, recém acusou o país de praticar genocídio em Gaza. Em meio à tensão, o presidente americano Donald Trump é outro que emite sinais de exaustão em relação ao premiê, que o pôs em saia justa após o ataque a integrantes do Hamas no Catar, país que vem tentando costurar um acordo para a trégua e onde os Estados Unidos têm plantada sua base maior no Oriente Médio. Apesar da debandada de Gaza City, 600 000 palestinos seguem por lá e, ao que tudo indica, os reféns continuam vivos. Muito sangue ainda pode correr nesta guerra que nunca termina.

Publicado em VEJA de 19 de setembro de 2025, edição nº 2962

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