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Extrema direita vence eleição na Finlândia e derruba premiê progressista

Sanna Marin, de centro-esquerda, no poder há cinco anos, perdeu o pleito para Petteri Orpo, que promete desonerar o Estado e conter imigração

Por Da Redação
Atualizado em 3 abr 2023, 09h25 - Publicado em 3 abr 2023, 09h24

A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, concedeu a derrota nesta segunda-feira, 3, depois que seu Partido Social-Democrata (SDP), de centro-esquerda, ficou em terceiro lugar em uma eleição apertada, em que prevaleceram seus rivais conservadores e de extrema direita.

O direitista Partido Coalizão Nacional (NCP) obteve 20,8% dos votos. O Partido Finns, de traços populistas e nacionalistas, ganhou 20,1% dos votos. O SDP de Marin ficou na lanterna por alguns décimos, com 19,9%. O comparecimento às urnas foi de 71,9%.

Marin parabenizou os vencedores da eleição durante seu discurso de concessão. “A democracia falou, o povo finlandês votou e a celebração da democracia é sempre uma coisa maravilhosa”, afirmou.

O líder do NCP, Petteri Orpo, disse à emissora pública Yle que o resultado foi uma “grande vitória”. O líder do Finns, Riikka Purra, chamou sua parcela de votos de “um excelente resultado”.

Orpo, ex-ministro das Finanças, garantiu que o apoio da Finlândia à Ucrânia na guerra contra a Rússia continuará firme e forte durante seu mandato.

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“Não podemos aceitar esta guerra terrível. Faremos tudo o que for necessário para ajudar o povo ucraniano, porque eles lutam por nós. Isso está claro”, declarou.

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 km com a Rússia, está prestes a se tornar um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta semana, assim que os membros finais da aliança, Turquia e Hungria, assinaram a proposta de adesão do país.

Marin, 37 anos, tornou-se a primeira-ministra mais jovem do mundo quando assumiu a liderança do SDP – e o cargo de premiê da Finlândia – em 2019. Ela liderou com sucesso o país durante a pandemia de Covid-19 e ao longo da adesão à Otan.

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A determinação de Marin em desfrutar de uma vida social, em paralelo ao importante cargo, também ganhou as manchetes. Apoiadores aclamaram-na como uma estrela em ascensão da centro-esquerda e modelo para uma nova geração de jovens líderes femininas. Críticos, por outro lado, dizem que seu comportamento era inapropriado.

No ano passado, Marin viralizou nas redes sociais depois que surgiram fotos e vídeos dela bebendo e dançando com amigos. A premiê foi forçada a se desculpar e fez um teste de drogas para provar que não se envolveu em nada ilícito, mas também defendeu seu “direito de festejar”.

Sua popularidade pessoal continua alta, mas a previsão de recessão e aumento da inflação no país, junto com acusações da oposição sobre empréstimos excessivos do governo e gastos públicos exagerados, afastaram os eleitores. Seus rivais competiram com promessas de impor cortes duros, principalmente nos orçamentos de bem-estar.

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Na Finlândia, o maior partido tradicionalmente tem prioridade para formar uma coalizão de governo e ocupar a maioria dos 200 assentos no parlamento, o que significa que o mandato de quatro anos de Marin chegou ao fim – mesmo que o SDP ainda possa fazer parte da nova coalizão.

O NCP conquistou 48 cadeiras, 10 a mais do que na configuração atual, enquanto o Finns obteve 46 – um aumento de sete deputados – e o SDP 43, uma melhoria de três.

Orpo prometeu cortar gastos com subsídios de desemprego e moradia, enquanto Purra disse que sua prioridade era reduzir a imigração de fora da União Europeia, prometendo também focar no clima, políticas de energia e criminalidade se fizer parte da nova coalizão.

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O líder do NCP poderia tentar montar uma coalizão de direita com o Finns e mais alguns partidos menores, mas também pode decidir buscar uma aliança espectro cruzado com o SDP e seus aliados, um resultado os analistas consideram o mais provável, apesar das diferenças políticas.

O SDP e dois membros dos cinco de sua atual coalizão, os Verdes e a Aliança de Esquerda, já descartaram qualquer possibilidade de se aliar ao Finns, que Marin chamou de “abertamente racista”.

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