Fabricante de urnas e Fox News entram em acordo nos EUA
Dominion Voting Machines, que processou a emissora em 2021, vai receber US$787,5 milhões em indenizações
Horas antes do início do julgamento do processo da Fox News sobre desinformação nas eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos iniciar, a emissora americana e Dominion Voting Machines fecharam um acordo nesta terça-feira, 18, que incluiu um pagamento de US$ 787,5 milhões em indenizações por parte do canal, informou o advogado da empresa de urnas eletrônicas, Justin Nelson.
O caso que estava em andamento há dois anos teve um encerramento abrupto. O processo veio à tona depois de a Fox News compartilhar informações falsas sobre o funcionamento das urnas da Dominion, impulsionando fake news lançadas pelo então presidente americano, Donald Trump, sobre uma fraude eleitoral.
“A verdade importa. Mentiras têm consequências”, disse Nelson. “Há mais de dois anos, uma torrente de mentiras varreu os funcionários eleitorais do Dominion em toda a América para um universo alternativo de teorias da conspiração, causando danos graves ao Dominion e ao país”.
Originalmente, a Dominion pediu US$ 1,6 bilhão em danos. No entanto, a Fox Corporation disse em um comunicado que reconhecia as decisões do tribunal “que consideram certas alegações falsas sobre a Dominion”.
“Temos esperança de que nossa decisão de resolver essa disputa com a Dominion amigavelmente, em vez da amargura de um julgamento divisivo, permita que o país avance com essas questões”, acrescentou a Fox News.
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O acordo foi alcançado algumas horas depois que um júri em Wilmington foi selecionado e bem no momento em que algumas declarações de abertura do julgamento iriam começar. Ambos advogados também estavam preparados para apresentar seus casos ao júri, com os microfones já colocados.
A reviravolta repentina significa que nenhuma figura importante da Fox vai precisar testemunhar – incluindo aqueles que se preocuparam com a veracidade das alegações feitas em seus programas. A lista de testemunhas incluía os executivos da Fox, como Rupert Murdoch, o presidente da Fox Corporation, e os âncoras Tucker Carlson, Sean Hannity e Maria Bartiromo.
A decisão de última hora foi uma virada extraordinária em um caso que prometia ser um dos mais importantes contra uma organização de mídia em uma geração. No entanto, embora o acordo evite um longo julgamento, ele ainda resulta em uma rara instância de responsabilização por tentativas de deslegitimar a vitória do presidente Joe Biden.
O processo da Dominion contra a Fox teve início em 2021, com base na justificativa de que a reputação da empresa foi seriamente prejudicada quando a Fox repetidamente transmitiu falsidades sobre suas urnas eletrônicas. Em contrapartida, a Fox negou qualquer irregularidade, argumentando que apenas relatou alegações dignas de nota vindas de Trump e seus advogados.