Durante sua campanha para a presidência, Donald Trump acusou constantemente a imprensa de tentar prejudicá-lo espalhando “fake news” sobre sua carreira política e suas declarações. A expressão foi usada com tanta frequência, que o dicionário britânico Collis a escolheu como a “palavra do ano” de 2017.
Apesar de se tratar, na verdade, de duas palavras, a expressão que significa “notícias falsas” em português ganhará um espaço nas páginas do famoso dicionário em sua próxima edição. O Collins definiu o termo como “informações falsas, muitas vezes sensacionalistas, disseminadas como se fossem notícias”.
Segundo a equipe que produz e elege as novas palavras do dicionário, o uso do termo “fake news” cresceu 365% no ano passado. Para a chefe de conteúdo do Collins, Helen Newstead, o termo contribuiu para “prejudicar a confiança da sociedade nas notícias”.
Trump usa constantemente a expressão, principalmente em seus tuítes, para se referir às notícias que o criticam de alguma forma. Algumas das reportagens apontadas por Trump durante sua campanha eram realmente falsas, mas muitas delas nunca puderam ser comprovadas ou acabaram sendo verdade.
No Brasil, a disseminação de “fake news” também cresceu nos últimos anos. Notícias de que, por exemplo, a cantora Preta Gil financiou cada docinho de seu casamento com dinheiro da Lei Rouanet e que o governo brasileiro declararia guerra contra a Venezuela a qualquer momento se espalharam pela internet, difundidas por sites que imitam a aparência e a linguagem do jornalismo profissional.
No ano passado, a palavra escolhida pelo Collins foi “Brexit“, que é a saída do Reino Unido da União Europeia. Antes disso, “Geek” foi eleita a mais popular de 2015 e definida pelo dicionário como “pessoa com talento para computadores que se interessa mais por máquinas do que por seres humanos”.