Um relatório do Fórum Econômico Mundial indicou nesta quarta-feira, 10, que a desinformação alimentada por Inteligências Artificiais configura a maior ameaça às democracias e economias de todo o mundo no futuro próximo. A longo prazo, problemas ambientais representariam o mais grave risco. O documento foi divulgado dias antes do encontro anual de especialistas e líderes mundiais, previsto para 15 a 19 de janeiro, em Davos.
O levantamento aponta que a informação de má qualidade e a desinformação serão fonte de dor de cabeça nos próximos dois anos. Embora positivo em diferentes setores, o desenvolvimento tecnológico seria responsável por criar novos perigos, além de agravar os antigos, adverte o texto. Os autores do relatório, portanto, enxergam com preocupação o surgimento de ferramentas generativas, como o ChatGPT, que são capazes de produzir conteúdos sofisticados para manipulação.
Acredita-se que o assunto será central nos debates do evento em Davos, que contará com a presença do CEO da OpenAI (dona do ChatGPT), Sam Altman; o CEO da Microsoft, Satya Nadella; e participantes da indústria de Inteligência Artificial, incluindo o cientista-chefe de IA da Meta, Yann LeCun. Ao todo, a comuna suíça receberá cerca de 1.500 pessoas do setor.
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Ano de eleições
A apreensão com os limites da IA cresce no ano em que milhares de eleitores, incluindo de países como Estados Unidos, Reino Unido, Indonésia, Índia, México e Paquistão, se dirigem às urnas para escolherem seus líderes. Em junho, as nações da União Europeia (UE) também elegerão deputados para o Parlamento Europeu, assembleia que caminha em direção à regulamentação da IA.
A inteligência artificial pode ser usada para fazer deepfakes – vídeos que imitam com alta precisão um indivíduo, e podem retratá-lo fazendo, ou dizendo, virtualmente qualquer coisa –, um tipo mais sofisticado de desinformação. Isso pode gerar ainda mais polarização, porque deve haver embates para checar a veracidade de informações bombardeadas por meio das redes sociais.
Além disso, os softwares inteligentes podem facilitar ataques cibernéticos, a partir da automatização de tentativas de phising (quando a identidade ou dados dos usuários são roubados) e da criação de malwares avançados.