Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira, 5, que o possível adiamento do auxílio de Washington a Kiev provocará um “grande risco” para as tropas ucranianas, culminando na vitória da Rússia.
Em meio ao avanço da guerra, iniciada em fevereiro do ano passado, o apoio do Congresso dos EUA à Ucrânia caiu progressivamente – o Partido Republicano demanda um austero corte de gastos, incluindo o governo de Volodymyr Zelensky na redução das despesas.
“Corre-se o grande risco de podermos estar na mesma posição em que estamos agora”, afirmou Yermak. “E, claro, aumenta a impossibilidade de continuarmos libertando [regiões ocupadas] e gera grande risco de perdermos esta guerra.”
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Queda de braço no Congresso
A diretora de orçamento da Casa Branca, Shalanda Young, alertou nesta segunda-feira 4 que os Estados Unidos estão ficando sem tempo e recursos para apoiar Kiev na batalha contra Moscou.
Em outubro, a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, solicitou ao Congresso a aprovação de um pacote adicional de ajuda financeira no valor de US$ 106 bilhões (cerca de R$ 522 bilhões) para financiar a segurança das fronteiras americanas, Israel e Ucrânia.
A proposta, contudo, ficou estacionada, já que os republicanos controlam a Câmara por uma estreita maioria.
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Futuro da economia da Ucrânia
A dura perspectiva econômica e a falta de apoio americano moveram a declaração de Yermak nesta terça-feira. As estimativas indicam que o Estado ucraniano enfrentará um déficit orçamentário de US$ 43 bilhões (R$ 212 bilhões) no próximo ano, de forma a dificultar os mais ambiciosos planos para o conflito.
“Sem este apoio orçamental direto, será difícil mantermo-nos nas mesmas posições [no campo de batalha] e para as pessoas sobreviverem”, advertiu Yermak. “Por isso é extremamente importante que este apoio seja votado o mais rapidamente possível.”
O chefe de gabinete aterrissará em Washington nas próximas semanas com um claro objetivo: pressionar legisladores e funcionários do governo Biden sobre a necessidade de uma rápida aprovação do pacote. Até o momento, a Ucrânia fracassou em romper com as linhas defensivas russas durante a prometida contraofensiva, que deu seus primeiros passos em junho deste ano.
“Nós realmente temos um plano, que inclui as operações militares, a atividade diplomática e, claro, a nossa cooperação nas comunicações e informações”, adiantou Yermak sobre os futuros ataques.