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Família que abrigou atirador não sabia que ele era um “monstro”

Nikolas Cruz perdeu a mãe em novembro e desde então vivia na casa de um amigo

Por AFP
Atualizado em 4 jun 2024, 16h58 - Publicado em 19 fev 2018, 10h00
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  • O casal que recebeu em sua família Nikolas Cruz, autor do massacre em uma escola da Flórida que deixou 17 mortos na semana passada, afirmou em entrevista que haviam percebido que ele era jovem peculiar, mas que nunca pensaram que era um “monstro”.

    “Nós tínhamos este monstro vivendo debaixo do nosso teto e não sabíamos”, afirmou Kimberly Snead, enfermeira de 49 anos, ao jornal Florida Sun Sentinel.

    Nikolas Cruz, de 19 anos, se mudou no final de novembro para Parkland com James e Kimberly Snead, depois da morte de sua mãe por complicações provocadas por uma pneumonia em novembro. O adolescente já havia perdido o pai e, como era amigo do filho dos Snead, foi recebido pela família.

    O casal descreveu o jovem como alguém que aparentemente cresceu sem a obrigação de realizar tarefas comuns. Não sabia cozinhar, lavar roupa, recolher suas coisas ou até mesmo usar o micro-ondas. “Era muito ingênuo. Não era estúpido, apenas ingênuo”, afirmou James Snead, de 48 anos, um veterano do exército e analista de inteligência militar, segundo o jornal.

    Ele tinha hábitos incomuns como colocar biscoitos de chocolate em um sanduíche de queijo e ir para a cama às 20h. Parecia solitário e queria ter uma namorada, mas estava deprimido pela morte da mãe, segundo o casal.

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    Kimberly Snead levou Cruz a um terapeuta apenas cinco dias antes do tiroteio. O jovem afirmou que estava disposto a receber o tratamento se o plano de saúde aceitasse. Cruz disse aos Snead que herdaria pelo menos 800.000 dólares de seus pais, mas que a maior parte dos recursos só estaria disponível quando ele completasse 22 anos.

    A última vez que o casal viu Nikolas Cruz ele estava na delegacia do condado de Broward. Vestido com um roupão de hospital, estava algemado e cercado por agentes. “Ele disse que sentia muito. Pediu desculpas. Ele parecia perdido, absolutamente perdido. E foi a última vez que o vimos”, disse James Snead.

    Kimberly e James Snead
    Kimberly e James Snead, família que acolheu em sua casa o atirador da escola de Parkland, na Flórida, Nikolas Cruz (Susan Stocker/Sun Sentinel/TNS/Getty Images)
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    O massacre

    Na quarta-feira da semana passada, Cruz, um ex-aluno da escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland, ao norte de Miami, abriu fogo nos corredores da instituição com um fuzil semiautomático e matou 17 pessoas. No ano passado, ele havia sido expulso da escola por “razões disciplinares”.

    Cruz usou um fuzil semiautomático AR-15 que havia comprado legalmente e possuía outras armas, incluindo dois fuzis e várias facas, segundo a família Snead, que também tem armas em casa.

    O massacre de Parkland é o mais violento em uma escola nos Estados Unidos desde a tragédia do colégio Sandy Hook em 2012, quando morreram 26 pessoas, em sua maioria crianças.

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