As facções palestinas rivais Hamas e Fatah anunciaram um acordo de conciliação nesta quinta-feira, pondo fim às hostilidades de uma década entre os grupos. O compromisso, assinado em Cairo e mediado pelo Egito, determina a unificação administrativa dos territórios palestinos e coloca Gaza sob o controle da Autoridade Palestina (AP).
“O governo legitimo, de consenso, estará de volta obedecendo suas responsabilidades e a lei”, declarou Azzam Al-Ahmed, chefe da delegação do Fatah, que afirma que o governo de unidade será responsável por gerir “todas as instituições, sem exceções”. Pelo acordo, cuja transição será finalizada até o dia 1º de dezembro, o Hamas concorda em entregar o controle de Gaza ao governo do presidente palestino Mahmoud Abbas, líder do Fatah. A AP assume, partir de 1º de novembro, a gestão de Rafah, cidade que marca a fronteira entre o enclave e Israel.
A reconciliação é vista como um passo que dá mais poder a Abbas em futuras negociações sobre a criação de um Estado palestino. As hostilidades entre Fatah e Hamas, grupo que travou três guerras contra Israel desde 2008 e prega a destruição do país, eram um grande obstáculo para um acordo de paz. De acordo com um oficial israelense em entrevista à Reuters, o país “irá acompanhar e atuar de acordo com o desenrolar dos acontecimentos”.
Milhares de pessoas saíram às ruas de Gaza para comemorar o acordo. Hamas e Fatah agora discutem sobre a data para futuras eleições legislativas no território palestino. O último pleito, em 2006, acabou com a vitória do grupo islamista em Gaza, dando origem a uma guerra civil. Cerca de 3.000 agentes de segurança do Fatah serão integrados às forças policiais do enclave. O Hamas conta com aproximadamente 25.000 militantes armados em suas fileiras.