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FBI frustra complô para sequestrar governadora democrata nos EUA

Membros do grupo de extrema direita Wolverine Watchmen vigiavam casa de Gretchen Whitmer para depois realizar um 'julgamento por traição'

Por Da Redação
8 out 2020, 18h52

Nos Estados Unidos, treze homens foram detidos nesta quinta-feira, 8, acusados de “incitar uma guerra civil” e planejar o sequestro de Gretchen Whitmer, governadora democrata do estado do Michigan e crítica ferrenha ao presidente americano, Donald Trump. O grupo incluía membros de uma milícia de extrema direita, interceptados pelo FBI.

Andrew Birge, promotor do distrito oeste de Michigan, disse que seis homens respondem a crimes federais por conspirar para sequestrar a governadora em sua casa de veraneio. Ele afirma que o grupo vigiava a casa de Whitmer e que membros chegaram a testar um artefato explosivo improvisado, que pretendiam usar para despistar a polícia. Segundo o FBI, o objetivo era realizar um “julgamento por traição” para ela.

Outros sete integrantes de uma milícia chamada Wolverine Watchmen respondem a acusações estaduais, segundo a procuradora-geral do Michigan, Dana Nessel. Descrevendo o complô para sequestrar a governadora como uma “ameaça séria”, Nessel indica que os membros do grupo tentavam identificar residências de policias como alvo para “instigar uma guerra civil”.

Estes sete homens foram acusados de vários crimes, inclusive dar apoio material a atos terroristas e de gangue, além de violações das normas sobre armas de fogo.

O FBI informou que eles discutiram a derrubada de governos estaduais “que acreditavam estar violando a Constituição dos Estados Unidos”. O grupo desejava reunir cerca de 200 homens para invadir o prédio do capitólio de Michigan e fazer reféns, incluindo a governadora, antes da eleição presidencial, no dia 3 novembro. Se o plano falhasse, a alternativa era atacá-la em sua casa.

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Em meados de março, Whitmer promulgou algumas das restrições mais duras do país para conter a pandemia do novo coronavírus em seu estado, um dos mais afetados pela Covid-19.

O presidente Trump critica a governadora com frequência por sua gestão da pandemia. No Twitter, publicou repetidamente mensagens como “LIBERTEM MICHIGAN”, referindo-se à quarentena implementada no estado. Centenas de pessoas contrárias ao confinamento, algumas fortemente armadas, se manifestaram várias vezes na capital, Lansing.

No fim de setembro, manifestantes armados entraram no Congresso do estado para exigir um relaxamento das medidas sanitárias. Os milicianos acusaram a governadora de “tirana” e consideraram vários cenários para sequestrá-la.

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Numerosos incidentes violentos foram associados a milícias nos Estados Unidos nos últimos anos. Os adeptos, geralmente homens brancos, costumam andar armados. O Departamento de Segurança Interna classificou nesta semana em um relatório anual a violenta supremacia branca como a “ameaça mais persistente e letal”.

(Com AFP)

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