Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden e atual pré-candidato democrata para as eleições de 2020 nos Estados Unidos, afirmou à rede de televisão ABC News que se arrepende de ter aceitado o trabalho oferecido pela empresa ucraniana de energia Burisma, da qual foi membro do conselho diretor entre 2014 e 2019. Mas insistiu não ter feito nada errado durante sua permanência na companhia.
Suas declarações visaram responder às suspeitas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre suas atividades na Ucrânia. Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar Hunter Biden em seu país, em troca da liberação de ajuda militar americana. Essa iniciativa está agora na base do processo de impeachment movido pela Câmara dos Deputados contra Trump.
“Eu cometi um erro? Talvez, no cenário geral. Mas cometi um erro em algum sentido ético? Absolutamente não. Quando penso nisso, não acho que fiz algo errado. Mas se foi um erro de julgamento estar em meio a um verdadeiro pântano? Sim”, afirmou durante a entrevista nesta terça-feira, 15, quando os pré-candidatos democratas à Casa Branca farão o terceiro debate.
Hunter também disse que ao aceitar o trabalho, acabou por dar de bandeja a oportunidade de pessoas “imorais” agirem de maneira ilegal para atacar ele e seu pai. Referiu-se, obviamente, a Trump, que também acusa Joe Biden de ter usado seu poder político quando era vice-presidente de Barack Obama para proteger seu filho. No domingo, o advogado de Hunter Biden divulgou uma declaração, negando qualquer “ato repreensível durante os cinco anos de gestão” na empresa ucraniana.
Segundo a imprensa americana, uma das principais preocupações de apoiadores de Joe Biden é a relação de seu filho com empresas estrangeiras. Hunter, por outro lado, se antecipou nesse assunto e já deixou de prestar serviços para uma empresa chinesa. Também prometeu que, caso seu pai seja eleito, não trabalhará para estrangeiros.
A ligação telefônica entre Trump e Zelenski, revelada em setembro por um delator da Casa Branca, é caracterizada pelos democratas na Câmara dos Deputados como abuso de poder. O presidente americano reage ao processo de impeachment com a recusa em autorizar o envio de documentos e de provas aos comitês que o investigam e com a proibição a funcionários do governo de prestarem depoimento.