Filipinas enfrentam segundo tufão em uma semana; quatro morrem

Tempestade Fung-wong causou enchentes, ondas gigantes e deslizamentos no país, levando 1,4 milhões de pessoas a deixarem suas casas

Por Flávio Monteiro
10 nov 2025, 12h05

Imagem aérea mostra casas atingidas por enchentes em uma vila na cidade de Tuao, província de Cagayan, em 10 de novembro de 2025, após um rio transbordar devido às fortes chuvas provocadas pelo supertufão Fung-wong (John Dimain/AFP)

Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas foram retiradas de suas casas em decorrência da passagem do segundo tufão em uma semana nas Filipinas, informou o Escritório de Defesa Civil nacional nesta segunda-feira, 10. A tempestade, nomeada como Fung-wong, causou inundações severas e deslizamentos de terra no país insular, resultando na morte de pelo menos quatro pessoas, incluindo duas crianças, antes de deixar o país.

O tufão chegou ao território filipino na noite de domingo 9, atingindo a cidade costeira de Dinalugan com rajadas de vento de até 230 km/h. Não demorou para que sua área de influência atingisse todo o arquipélago que compõe o país. Na província de Nueva Ecija, grandes regiões agrícolas foram inundadas, enquanto ondas gigantescas atingiram o litoral da província de Catanduanes.

A agência de notícias The Associated Press informou que mais de 130 aldeias no norte do país foram inundadas, e moradores de uma comunidade tiveram que se abrigar no telhado das casas devido à velocidade das enchentes. Quatro pessoas morreram em meio ao caos: uma mulher que ficou presa nos escombros de uma casa na província de Samar; uma pessoa que se afogou em Catandunes; e duas crianças soterradas por um deslizamento em Kapaya.

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Moradores ficaram assustados com a intensidade do fenômeno. “Não consegui dormir ontem à noite”, disse Filomina Mariano, de 69 anos, moradora da cidade de Santiago. “Pedi aos meus netos que rezassem pela nossa segurança. Passei a noite toda sentada, esperando a tempestade passar”, contou à agência de notícias Reuters.

Mais de 1,4 milhão de pessoas buscaram abrigo emergencial em teatros, ginásios e casas de parentes antes da chegada do Fung-wong. De acordo com as autoridades, 318 mil pessoas continuavam em centros de evacuação nesta segunda. A passagem do tufão também deixou 3 milhões de pessoas sem energia elétrica, segundo a Agência de Notícias das Filipinas.

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O impacto do tufão foi significativo. Cerca de mil casas foram danificadas pelo Fung-wong, afirmou o representante da Defesa Civil, Bernardo Rafaelito Alejandro IV. Além disso, 325 voos domésticos e 61 internacionais foram cancelados, e 6.600 passageiros e trabalhadores ficando retidos em portos devido a proibições de navegação.

A passagem do tufão Fung-wong aconteceu em meio a um estado de emergência nacional, declarado pelo presidente Ferdinand Marcos Jr na última quinta-feira 6, em decorrência da passagem devastadora do tufão Kalmaegi, que matou 188 pessoas no país — a grande maioria delas na província de Cebu. Essa foi a 21ª tempestade do gênero a atingir as Filipinas em 2025.