As Filipinas enviaram nesta quarta-feira, 15, três navios da Guarda Costeira para proteger uma pequena frota que se desloca para o atol de Scarborough, uma ilhota de corais no Mar do Sul da China que é alvo de disputa entre Pequim e Manila, para uma missão de três dias. Eles acompanharão cinco navios de pesca comercial e mais de 100 barcos pesqueiros menores, que só participarão do início da empreitada.
Segundo o porta-voz da Guarda Costeira Filipina (PCG), Jay Tarriela, os navios não participarão efetivamente da operação, apenas fornecerão segurança extra às embarcações civis. Liderada pelo grupo Atin Ito, a frota tem como objetivo auxiliar os pescadores ancorados no local, que sofrem com tempestades. Em dezembro de 2023, uma viagem similar foi interrompida após supostas ameaças da Marinha chinesa contra o grupo.
O banco de areia fica a oeste oeste da ilha filipina de Luzon, mas é controlado por militares chineses desde 2012. A região faz parte do que Pequim entende como “linha de nove traços”, região reivindicada pela China que abrange 90% do Mar do Sul. O atol, em especial, é motivo de embate entre os países devido às enormes quantidades de peixes e à presença de uma lagoa que serve como oásis às embarcações.
Parte zona econômica exclusiva das Filipinas, Scarborough é chamada de “Ilha Huangyan” pelo gigante asiático. Além das Filipinas, Brunei, Malásia, Taiwan e Vietnã também disputam territórios na “linha das nove raias”, como também é conhecida a região no Mar do Sul da China.
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Vigilância chinesa
Uma aeronave da Guarda Costeira filipina também monitora o atol. Ao todo, 19 navios chineses foram avistados na região nesta quarta-feira, incluindo no sudoeste da ilha, onde já haviam sido identificadas barreiras flutuantes que impedem a entrada de pescadores filipinos.
Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, a Guarda Costeira do país também realizou exercícios de rotina em Scarborough recentemente. Em meio à escalada das tensões, o Ministério das Relações Exteriores reiterou as ameaças às Filipinas.
“Se o lado filipino abusar da boa vontade da China e infringir a soberania e jurisdição territorial da China, a China defenderá os seus direitos de acordo com a lei. As responsabilidades e consequências relevantes são inteiramente suportadas pelo lado filipino”, disse o porta-voz da pasta, Wang Wenbin.