O candidato conservador à presidência da França, François Fillon, foi formalmente colocado sob investigação das autoridades francesas, pela suspeita de uso indevido de dinheiro público, entre outras acusações, informaram promotores nesta terça-feira.
Fillon, que até pouco tempo liderava as pesquisas de intenção de voto para a eleição de abril, foi ouvido nesta manhã pelas autoridades sobre a denúncia de que sua esposa e filhos teriam trabalhado durante anos em empregos fictícios em seu gabinete. Os promotores anunciaram que o candidato será investigado por uso indevido de fundos públicos, declaração imprópria de bens, entre outras acusações.
O anúncio da Promotoria que coloca Fillon sob investigação formal não confirma que o conservador seja, de fato, culpado no caso. Por outro lado, mostra que a denúncia é levada a sério pela Justiça francesa e aumenta a pressão sobre o candidato.
Empregos falsos
Há seis semanas, o jornal Le Canard Enchaîné lançou o maior escândalo político da corrida presidencial francesa, ao levantar suspeitas de cargos fantasmas ocupados por Penelope Fillon, esposa do candidato, além dos filhos do casal. Segundo a publicação, Fillon teria pago ao menos 680.000 euros (2,2 milhões de reais) do dinheiro público a sua esposa por um cargo falso de assistente parlamentar, que ocupou durante 15 anos. O Le Canard Enchaîné também denunciou que o conservador deixou de declarar ao órgão de transparência do governo francês o recebimento de um empréstimo de 50.000 euros (equivalente a 165.000 reais), em 2013, de um magnata francês.
(Com Estadão Conteúdo)