A emissora americana Fox News disse nesta segunda-feira, 24, que seu apresentador mais popular do horário nobre, Tucker Carlson, vai deixar o canal. Carlson também foi fonte de repetidas controvérsias e dores de cabeça para a rede por causa de suas opiniões pessoais sobre desde racismo até direitos da comunidade LGBTQIA+.
A rede fez o anúncio menos de uma semana depois de escapar de um julgamento, pagando US$ 787,5 milhões em um processo de difamação no qual o programa de Carlson, um dos mais vistos da Fox, teve destaque por seu papel na disseminação de fake news após a eleição presidencial de 2020.
“A Fox News Media e Tucker Carlson concordaram em se separar. Agradecemos a ele por seu serviço à rede como anfitrião e, antes disso, como colaborador”, disse a emissora em um conciso comunicado.
Sua partida abrupta causou surpresa dentro da Fox News e na mídia conservadora dos Estados Unidos, onde Carlson tinha um poder considerável para elevar e destruir candidatos. Nesta segunda-feira, ele entrevistaria Vivek Ramaswamy, um candidato de extrema direita do Partido Republicano que concorrerá à presidência em 2024.
Por enquanto, o horário do jornal de Carlson será preenchido “com personalidades rotativas da Fox News até que um novo apresentador seja nomeado”, disse a emissora.
Carlson entrou em apuros por diversas vezes. Como parte do processo de difamação contra a Fox News, algumas de suas mensagens privadas com produtores foram divulgadas, provocando caos. Algumas criticavam o ex-presidente Donald J. Trump e seus assessores jurídicos após a eleição de 2020 em termos vulgares e sexistas.
Em uma conversa com a equipe, Carlson mandou uma mensagem de texto sobre Trump: “Eu o odeio apaixonadamente”. Em outra, ele rotulou Trump como “uma força demoníaca, um destruidor”.
Sua saída põe fim a uma ascensão rápida e controversa no canal conservador de notícias, onde Carlson foi promovido ao horário nobre no final de 2016 e rapidamente emergiu como uma das principais estrelas da mídia da era Trump.
Mais do que qualquer outro apresentador da Fox, Carlson atraiu espectadores ao se aproveitar dos valores e temores da base política do ex-presidente. Ele alertou para um suposto “ataque das elites liberais” e da “imigração descontrolada”, usando termos associados ao nacionalismo branco e grupos de extrema-direita e tornando-os mais palatáveis para um público mainstream.