Força Aérea dos EUA adota popular videogame de guerra como parte do treinamento
O jogo 'Command' está disponível para qualquer um, mas foi atualizado para operar em redes seguras dos militares americanos
Em meio a conflitos globais, como os combates na Ucrânia e a tensão entre Israel e Hamas no Oriente Médio, estrategistas militares estão se desdobrando para pensar em abordagens inovadoras para a preparação para guerras. De forma inusitada, videogames passaram a fazer parte dos treinamentos. Recentemente, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos integrou ao cotidiano militar o “Command“, um jogo de combate bidimensional que permite simulações detalhadas de cenários bélicos de forma acessível.
Segundo o jornal americano The Wall Street Journal, o game foi atualizado para operar em redes seguras da Força Aérea americana. A Matrix Games, desenvolvedora do jogo, corrigiu diversas vulnerabilidades de segurança, garantindo que a “Command Professional Edition” agora esteja na lista de produtos avaliados pela organização militar, sem o risco de vazamentos. Além disso, os jogos de guerra permitem explorar hipóteses que não poderiam ser abordadas em exercícios tradicionais, como a guerra nuclear.
Combate nas telas
Entre os defensores dessa abordagem está Tim Barrick, coronel aposentado da Marinha e atual diretor de jogos de guerra da Universidade do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Ele treina alunos utilizando jogos de tabuleiro e digitais. Em uma simulação online, Barrick desafiou oito majores da Marinha em um combate no Pacífico, utilizando o “Command: Professional Edition“.
Esse software é inusitado no contexto militar, pois não foi desenvolvido por um especialista em defesa, como a maioria dos jogos de guerra. Em vez disso, é um programa criado e comercializado por entusiastas de jogos com pouca formação militar, e inspirado nos romances do escritor e historiador americano Tom Clancy.
Não é só a Força Aérea americana que usa o Command como uma ferramenta de wargame. De acordo com o WSJ, ele também é usado faz parte do cotidiano militar em Taiwan e do Strategic Command do Reino Unido. Dentro da infraestrutura de defesa dos Estados Unidos, a Defense Advanced Research Projects Agency, ou DARPA, também testou estratégias potenciais com o jogo.