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França acusa fundador de site usado em crimes sexuais, incluindo o de Gisèle Pelicot

Isaac Steidl, fundador e gerente do site Coco.fr, foi preso e acusado de administrar a plataforma usada para facilitar crimes sexuais e até assassinato

Por Da Redação
9 jan 2025, 15h46

A Justiça francesa indiciou nesta quinta-feira, 9, o fundador e gerente do site de encontros Coco.fr, utilizado para facilitar crimes sexuais, incluindo o chocante caso envolvendo Dominique Pelicot, recentemente condenado a 20 anos de prisão por recrutar dezenas de estranhos para estuprar sua esposa na França.

Isaac Steidl, que renunciou à cidadania francesa em 2023 e assumiu a nacionalidade italiana, foi preso na terça-feira e é acusado de cumplicidade no tráfico de drogas, posse e distribuição de imagens de pornografia infantil, corrupção de menores pela Internet, bem como lavagem de dinheiro e administração de plataforma online para facilitar uma transação ilegal. Ele está proibido de deixar a França e deve pagar uma fiança de 100.000 euros. 

O site Coco.fr, fundado por Steidl em 2003, teria sido utilizado para recrutar mais de 80 homens que abusaram sexualmente da esposa de Pelicot, Gisèle, enquanto ela estava inconsciente devido a sedativos dados pelo marido.

A plataforma, inicialmente criada como um site de encontros, chamou a atenção da mídia depois que foi revelado que Pelicot utilizava uma sala de bate-papo intitulada “A son insu” (Sem o seu conhecimento) para recrutar os abusadores.

O site foi fechado pelas autoridades francesas em junho de 2024, após se tornar alvo de uma ampla investigação. Segundo a promotora de Paris, Laure Beccuau, o Coco.fr esteve envolvido em mais de 23.000 casos criminais, incluindo estupros, pedofilia e assassinatos, e gerou lucros milionários. Cerca de €5 milhões foram congelados em contas bancárias associadas ao site em diversos países europeus.

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Entenda o caso Pelicot

A francesa Gisèle Pelicot, nos últimos meses, se tornou uma das principais figuras do movimento feminista mundo afora, mesmo que a avó de 72 anos nunca tenha se engajado em ativismo ao longo da vida. Isso porque seu agora ex-marido Dominique foi a julgamento em setembro do ano passado após vir à tona que ele passou quase uma década, de 2011 a 2020, a dopando e convidando estranhos para estuprá-la enquanto estava inconsciente.

Ao contrário de muitas vítimas de abuso sexual, que preferem esconder a identidade enquanto tramita o caso pelo medo, legítimo, de verem a reputação arruinada, ela desde o início quis que o julgamento fosse público, para trazer a importante discussão sobre a persistência da violência sexual contra mulheres à França e ao resto do globo.

Gisèle só descobriu que era vítima de estupros em 2020, quando Dominique foi preso por importunação sexual contra outras mulheres. À época, a polícia apreendeu um computador usado por ele e encontrou fotos da vítima sendo estuprada por vários homens.

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Por causa desses arquivos, num total de 200 mil itens, a polícia identificou cinquenta dos 72 homens que aparecem nas imagens extremamente perturbadoras. Segundo as investigações, a vítima foi estuprada pelo menos 92 vezes por 72 homens diferentes. Os investigados têm idades entre 21 e 68 anos.

Pelicot foi condenado à pena máxima de 20 anos de prisão por seus crimes. Já os outros 50 homens identificados pela polícia foram condenados entre três a 15 anos de prisão. 

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