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Gangues controlam 90% da capital do Haiti, que chega perto de ‘colapso total’, alerta ONU

Escalada da violência dentro do último ano gerou maior número de deslocamentos internos da história recente do país caribenho

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jul 2025, 18h56

O Haiti está à beira de um “colapso total”, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, 2, diante do avanço de grupos armados no país. Cerca de 90% da capital, Porto Príncipe, já está sob o controle de gangues, enquanto a escalada da violência dentro do último ano gerou o maior número de deslocamentos internos da história recente do país caribenho.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de pessoas deslocadas internamente pela violência chegou a 1,3 milhão. Muitos vivem agora em abrigos improvisados ou em casas de parentes sobrecarregadas, sem acesso a água, comida, serviços básicos ou qualquer proteção. “Por trás desses números estão crianças, mães, idosos; pessoas que perderam tudo e vivem em situações insustentáveis”, afirmou Amy Pope, diretora-geral da OIM, durante reunião na sede da ONU em Nova York.

Além disso, só neste ano, o Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti, registrou 4.026 vítimas de homicídio doloso, incluindo 376 mulheres, 21 meninas e 68 meninos.

Para o secretário-geral-assistente da ONU para Assuntos Políticos, Miroslav Jenca, o país atravessa uma “forte erosão da autoridade estatal e do Estado de Direito”. A ausência do poder público abriu caminho para que gangues ocupem funções do governo, imponham regras próprias e operem sistemas paralelos de “justiça”. Segundo Jenca, sem uma ação reforçada da comunidade internacional, o “colapso total” da presença estatal na capital pode vir a ocorrer de fato.

Mesmo com o envio de uma missão internacional de apoio liderada pelo Quênia, a atuação estrangeira tem se mostrado insuficiente para conter o avanço das milícias urbanas. “Não se trata apenas de aumentar o poder de fogo”, destacou Bob Rae, presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc). Segundo ele, é preciso combinar ações de segurança com apoio político, assistência humanitária e iniciativas de consolidação da paz.

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Durante o encontro, representantes da ONU enfatizaram a necessidade de envolver diretamente a população haitiana na reconstrução do país — com especial atenção para mulheres e jovens.

A crise política também atingiu um novo ápice com a queda do ex-primeiro-ministro Ariel Henry, deposto após um ataque coordenado por facções armadas. Em seu lugar, foi instaurado um frágil conselho de transição, que promete realizar eleições até fevereiro de 2026

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