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Gantz é eleito presidente do parlamento e sinaliza governo com Netanyahu

Escolha é vista como primeiro passo a uma união entre o premiê e a oposição; Israel está sem governo há mais de 11 meses

Por Da Redação
Atualizado em 27 mar 2020, 13h24 - Publicado em 27 mar 2020, 13h12

O principal rival político do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, nos últimos 11 meses, Benny Gantz, foi eleito presidente do Parlamento de Israel, o Knesset, na quinta-feira, 26. A votação rachou o partido de Gantz, o Azul e Branco, em pelo menos duas facções. A eleição do ex-chefe do Estado Maior de Israel, que contou com o apoio da legenda do premiê, o Likud, porém, abriu o caminho para um governo de “emergência” com Netanyahu frente à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que já atingiu mais de 2.400 israelenses. Israel está sem governo desde abril.

“Em tempos de emergência, centenas de milhares de cidadãos estão depositando suas esperanças em nós”, disse Gantz em seu discurso de posse. “Portanto, nesta hora, nenhum de nós tem o direito de ‘ficar à toa’. Todos somos obrigados a realmente colocar Israel antes de tudo”, concluiu.

Em Israel que conta com uma população de menos de 9 milhões, ou seja, menor que a cidade de São Paulo —, foram reportados 2.495 casos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus até esta quinta-feira. Ao todo, cinco pessoas morreram no país devido à doença.

O presidente da legislatura anterior, Yuli Edelstein, do Likud e fiel seguidor de Netanyahu, havia renunciado do cargo na quarta-feira 25, após a Suprema Corte decidir à pedido do Azul e Branco a reabertura do Knesset, que havia sido fechado pelo próprio Edelstein em 18 de março sob o pretexto de conter o avanço do novo coronavírus.

Para se eleger presidente do Knesset, Gantz contou com o apoio de 74 dos 120 parlamentares, envolvendo tanto parte dos membros do Azul e Branco quanto do Likud. Em respeito às diferenças de opinião com o partido de Netanyahu, o novo presidente do Parlamento disse que quer “unir o povo e não dividi-lo”.

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A bancada do Azul e Branco, que esperava que Gantz apoiasse a eleição de outro parlamentar da legenda, Meir Cohen, não gostou da sua decisão de se candidatar. Gantz teria se candidato à presidência do Knesset após o Likud ameaçar encerrar as negociações de um governo de união entre os dois partidos se Cohen fosse eleito presidente do Parlamento.

Líderanças do partido, Yair Lapid e Moshe Yaalon entraram com um pedido formal no Knesset nesta quinta para se separar do Azul e Branco e devem levar outros parlamentares juntos. As facções de Lapid e de Ya’alon, porém, se manterão juntas ainda sob o nome de Azul e Branco.

“A crise do coronavírus não nos permite renunciar ao nosso valor. Dissemos que não permitiríamos que a democracia israelense fosse prejudicada. Isso é recompensar a criminalidade”, denunciou Lapid.

Netanyahu é indiciado por suborno, fraude e quebra de confiança em três casos diferentes. Ao longo das três eleições em 11 meses, Gantz afirmou diversas vezes que não se uniria a Netanyahu enquanto ele estivesse envolvido em escândalos de corrupção.

(Com AFP)

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