General chinês investigado por corrupção comete suicídio
Oficial era suspeito de violações legais e disciplinares, além de supostamente esconder propriedades obtidas através de propinas
Um oficial do Exército da China, o general Zhang Yang, membro da Comissão Militar Central (CMC), foi encontrado morto em sua residência no último dia 23, após cometer suicídio, segundo divulgou nesta terça-feira a agência oficial Xinhua. De acordo com fontes responsáveis pela investigação, o militar se enforcou em sua casa.
Zhang era diretor do Departamento Político Geral do Exército Popular de Libertação (PLA, na sigla em inglês) e estava sendo investigado por possíveis crimes de corrupção. Funcionários da CMC decidiram no fim de agosto manter “conversas” com Zhang por seu suposto envolvimento nos casos dos ex-generais Guo Boxiong e Xu Caihou, ambos ex-vice-presidentes da CMC.
Os investigadores consideram que Zhang pode ter cometido sérias violações legais e disciplinares, além de suspeitarem que ele possa ter escondido um grande volume de propriedades fruto de propinas. Segundo o New York Times (NYT), o general estava desaparecido da vida pública desde o início das investigações.
Guo Boxiong foi vice-presidente da Comissão Militar Central entre 2003 e 2013, e, no ano passado, foi condenado a prisão perpétua por aceitar propinas em troca de promover promoções e transferências.
Xu Caihou foi acusado em 2014 de receber subornos em grande escala para facilitar ascensões e promoções dentro do Exército. Mas faleceu em 2015, vítima de um câncer, antes de seu julgamento. Xu foi o oficial militar de mais alta patente na história da República Popular da China a ser investigado por corrupção.
Uma revista chinesa revelou em 2014 que Xu armazenava no porão de sua casa dinheiro, estátuas e pedras preciosas obtidas graças às suas manobras, havendo necessitado de dez caminhões militares para transportar o tesouro acumulado.
O presidente chinês, Xi Jinping tem promovido uma ampla campanha contra a corrupção no Exército, o que tem contribuído para aumentar seus poderes sobre as Forças Armadas. Segundo especialistas ouvidos pelo NYT, o presidente vem utilizando essa campanha para afastar militares corruptos e desleais, substituindo-os por oficiais mais jovens e alinhados a sua visão.