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Governista derrota pastor evangélico e é eleito presidente da Costa Rica

Carlos Alvarado surpreende e vence com folga o segundo turno. Candidato foi pautada por direitos dos gays e discussão sobre Estado laico

Por Da redação
Atualizado em 2 abr 2018, 13h18 - Publicado em 2 abr 2018, 13h16
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  • O ex-ministro Carlos Alvarado venceu a eleição presidencial da Costa Rica, ao superar no segundo turno de domingo, com uma grande vantagem, o candidato evangélico Fabricio Alvarado, após uma campanha polarizada pela discussão a respeito da religião e do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

    Com 95,58% das urnas apuradas, Carlos Alvarado, do governista Partido Ação Cidadã (PAC), obteve 60,74% dos votos, contra 39,26% do rival, candidato pelo conservador Restauração Nacional (RN), um partido surgido das igrejas neopentecostais.

    O resultado surpreendeu pela ampla margem da vitória do ex-ministro Carlos Alvarado, já que as pesquisas apontavam um empate técnico, assim como pelo elevado nível de participação, superior ao do primeiro turno.

    Esta foi a primeira vez que o segundo turno na Costa Rica registrou uma taxa de participação maior que do primeiro turno, com 67% de comparecimento no domingo, contra 65% na primeira fase da votação.

    No primeiro turno, em 4 de fevereiro, Fabricio Alvarado recebeu 24,9% dos votos e Carlos Alvarado 21,6%. A lei eleitoral da Costa Rica exige o mínimo de 40% dos votos para a vitória no primeiro turno.

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    “Foi um triunfo do candidato que pregou um discurso de amor e tolerância”, afirmou Rodrigo Echeverría, de 48 anos, que comemorava o resultado no centro de San José.

    A votação foi polarizada pela discussão sobre o casamento gay, depois que, durante o primeiro turno, Fabricio Alvarado prometeu retirar a Costa Rica da Corte Interamericana de Direitos Humanos após uma decisão da entidade favorável às uniões entre pessoas do mesmo sexo.

    Carlos Alvarado defendeu o direito ao casamento gay, que a legislação do país proíbe atualmente, e apresentou uma agenda de defesa dos direitos humanos. O candidato vencedor também fez campanha a favor do Estado laico. Apesar do mesmo sobrenome, os candidatos não são parentes.

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    Carlos Alvarado pediu a unidade do país em seu primeiro discurso e fez um apelo ao Congresso para aprovar a reforma tributária, que permitirá enfrentar o déficit fiscal de 6,2% do Produto Interno Bruto. “Meu dever será unir esta república para fazer com que siga adiante, e que seja a república líder do século XXI”, declarou para milhares de seguidores.

    O presidente eleito prometeu entrar em contato com os líderes de todos os partidos representados no próximo Congresso para formar um governo de unidade. “Entendemos que esta é a mensagem da cidadania, fazer um governo para todos”, disse Carlos Alvarado, um jornalista e cientista político de 38 anos. “Se esta campanha nos ensinou algo é que existe muito mais que nos une que nos separa”.

    O candidato derrotado ligou para o presidente eleito e o felicitou pelo resultado. “Não vencemos, mas podemos aceitar este resultado com a cabeça erguida”, declarou Fabricio Alvarado. “Felicito o senhor Carlos Alvarado. Após os resultados, liguei, dei minha felicitação e disse que pode contar conosco”, afirmou o ex-deputado.

    (Com AFP)

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