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Governo da Nicarágua aceita soltar manifestantes e mudar sistema eleitoral

A crise do país se agravou em abril de 2018, quando a oposição organizou uma série de manifestações contra o presidente Daniel Ortega

Por EFE
20 mar 2019, 23h06
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  • O governo da Nicarágua fechou um acordo com a aliança opositora nesta quarta-feira, 20, para libertar em um prazo máximo de 90 dias os manifestantes detidos por protestar contra o presidente Daniel Ortega, além de discutir “de imediato” uma reforma do sistema eleitoral.

    “As partes decidiram desenvolver de imediato e de maneira simultânea as questões de libertação de todas as pessoas presas e detidas, e da democracia e reformas eleitorais”, destaca o acordo lido pelo núncio apostólico na Nicarágua, Waldemar Stanislao Sommertag, que atua como testemunha e acompanhante internacional desse processo.

    Durante uma coletiva de imprensa na presença dos negociadores, as partes também anunciaram que fecharam uma agenda de negociação que será desenvolvida com amplitude na mesa de conversas e que informaram em ordem alfabética.

    O primeiro ponto é o fortalecimento da democracia e as reformas eleitorais. O segundo é o fortalecimento dos direitos e garantias cidadãs, e o terceiro a libertação, dentro de um prazo máximo de 90 dias, de todas as pessoas presas e detidas nos protestos ocorridos a partir de 18 de abril de 2018.

    Os outros pontos de agenda serão os relativos às questões de verdade, justiça, reparação e não repetição, os mecanismos de implementação dos acordos e as gestões internacionais para a obtenção de apoios à implementação dos mesmos.

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    “Então, e de comum acordo entre as partes, será feito um chamado à comunidade internacional para suspender sanções e facilitar o direito ao desenvolvimento humano, econômico e social da Nicarágua, favorecendo os setores mais vulneráveis da população”, ressaltaram os negociadores no último ponto.

    A crise da Nicarágua se agravou em abril de 2018, quando a oposição organizou uma série de manifestações contra Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, vice-presidente do país.

    Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), 325 pessoas morreram, duas mil ficaram feridas e 700 foram presas desde então. Além disso, dezenas de milhares fugiram do país.

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