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Governo de extrema-direita da Itália vai criminalizar raves

Horas antes do anúncio, forças policiais fecharam uma dessas festas no norte do país. Pena varia de multa até cinco anos de prisão

Por Da Redação
Atualizado em 1 nov 2022, 10h30 - Publicado em 1 nov 2022, 10h12
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  • O governo recém-formado da Itália, da primeira-ministra de extrema-direita Giorgia Meloni, disse nesta terça-feira, 1, que vai criminalizar raves, festas de longa duração conhecidas pela música eletrônica, performances artísticas e drogas alucinógenas. Horas antes do anúncio, forças policiais fecharam uma dessas festas no norte do país.

    O novo crime de “invasão para reuniões perigosas” de mais de 50 pessoas pode levar a até seis anos de prisão e abre a possibilidade de grampear organizadores de raves.

    “A festa acabou!”, declarou o ministro da Infraestrutura de extrema direita, Matteo Salvini.

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    Na segunda-feira 31, mais de mil pessoas foram obrigadas a deixar uma rave em um armazém em Modena. Muitos moradores se queixaram de 48 horas de música techno ininterrupta na festa de Halloween que atraiu jovens através das redes sociais de cidades italianas próximas, bem como da Bélgica e da França.

    A rave ia durar até esta terça-feira, mas após a batida policial o armazém foi prontamente abandonado e, segundo a emissora britânica BBC, testemunhas disseram que os “ravers” arrumaram toda a bagunça que fizeram.

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    A primeira-ministra Meloni argumentou que a nova lei visa proteger as pessoas de danos e não é diferente do que ocorre em outras partes da Europa – mas serve de aviso de que o Estado italiano não seria mais negligente em respeitar as regras.

    O governo anterior já havia começado a trabalhar para mudar a lei, depois que uma rave em 2021, na cidade central de Viterbo, terminou com a morte de duas pessoas. Mas a proposta do novo governo de direita vai além, incluindo grandes multas e confisco de sistemas de som.

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    Críticos perguntaram por que o governo escolheu mirar raves, enquanto ignorou uma marcha fascista no fim de semana, quando 2 mil pessoas se vestiram de preto em apoio ao ditador Benito Mussolini, que liderou a Itália de 1922 a 1945. O grupo se reuniu em Predappio, onde Mussolini nasceu e foi enterrado, fazendo saudações e hinos fascistas em comemoração ao início do regime fascista há 100 anos.

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    O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, argumentou que os dois eventos eram “coisas completamente diferentes”, já que a marcha de Mussolini não havia perturbado a ordem pública e acontece há anos, enquanto o dono do armazém havia denunciado a rave em Modena.

    Meloni, que procurou se distanciar da política neofascista de sua juventude, disse na segunda-feira que a marcha de Mussolini era “politicamente distante de mim, de uma maneira muito significativa”.

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    No entanto, ela nomeou um novo vice-ministro que provocou alvoroço vários anos atrás, quando surgiu uma foto dele usando uma suástica nazista no braço direito. Galeazzo Bignami, que faz parte de seu partido Irmãos da Itália, disse na segunda-feira que sentiu “profunda vergonha” pelas fotos tiradas em 2005.

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    Paralelamente às raves, o novo gabinete de Meloni encerrou a exigência de que médicos e enfermeiros sejam vacinados contra a Covid-19, dizendo que qualquer pessoa suspensa por causa de suas objeções à imunização poderia voltar ao trabalho. A decisão significa que cerca de 4 mil profissionais de saúde poderão voltar ao trabalho com dois meses de antecedência, já que a suspensão deveria terminar no final do ano.

    Os opositores acusaram-na de dar força ao movimento antivacinas, e a primeira-ministra respondeu que o governo anterior havia adotado uma postura “ideológica” com relação à imunização.

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