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Governo de Israel quer ‘efetivamente’ acabar com palestinos, diz Lula

Comentários foram feitos em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar no programa "É Notícia"

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h56 - Publicado em 27 fev 2024, 16h14
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  • Em meio a uma crise diplomática, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o governo de Benjamin Netanyahu e disse que Israel comete um genocídio em Gaza ao querer “efetivamente” acabar com os palestinos. Os comentários foram feitos em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar no programa É Notícia, da RedeTV!, que vai ao ar às 22h desta terça-feira, 27.

    “O governo de Israel quer efetivamente acabar com os palestinos na Faixa de Gaza. É isso. É exterminar aquele espaço territorial com o povo palestino para que eles ocupem. Não tem outra explicação”, disse. “É só você ler o depoimento dos Médicos Sem Fronteiras. (…) Pega depoimento da Cruz Vermelha. Pega criança dizendo que prefere morrer do que ser tratada do jeito que estão sendo tratadas, sem anestesia. Isso é genocídio ou não é genocídio?”.

    + Israel mata ‘intencionalmente’ civis de Gaza por fome, diz relator da ONU

    “Eu considero um genocídio porque é um Exército amplamente armado atacando uma sociedade indefesa”, disse Lula, que condenou o “gesto terrorista” do grupo militante Hamas, mas disse ser hipocrisia achar que “uma morte é diferente da outra”.

    A convenção internacional sobre genocídio descreve o crime como “atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.

    Desde 7 de outubro, Israel matou quase 30 mil palestinos em Gaza, cerca de 70% dos quais são mulheres ou crianças. A UNRWA, agência das Nações Unidas que atua no enclave, estimou que 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas internamente em Gaza devido aos combates – enquanto dezenas de milhares de edifícios foram destruídos.

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    A investida israelense ocorreu em resposta aos ataques perpetrados pelo Hamas no sul do país, também em 7 de outubro, nos quais cerca de 1.200 pessoas foram mortas, principalmente civis, e durante os quais 240 pessoas foram sequestradas. Pouco mais de 100 reféns foram posteriormente libertados do cativeiro.

    Subida de tom e crise diplomática

    A declaração segue uma subida de tom de Lula em relação ao conflito entre Israel e o Hamas, assim como uma crise diplomática gerada pelos primeiros comentários do petista. No domingo, 18, o líder brasileiro comparou o “genocídio” na Faixa de Gaza com o Holocausto cometido pelo regime nazista de Adolf Hitler, no qual 6 milhões de judeus foram mortos.

    O petista foi criticado pelo premiê Benjamin Netanyahu e foi declarado persona non grata pelo chanceler israelense, Israel Katz, que exigiu retratação.

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    Katz também levou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma visita ao Museu do Holocausto. A situação gerou desconforto no governo Lula, que chamou Meyer de volta ao Brasil.

    Na mesma semana, Katz subiu o tom e disse que a declaração de Lula foi “promíscua, delirante”, além de “um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que as manifestações são “inaceitáveis na forma, e mentirosas no conteúdo“.

    O chefe do Itamaraty declarou que a maneira como Katz se dirigiu a Lula foi “algo insólito e revoltante” e acusou o chanceler israelense de “distorcer posições do Brasil” para tirar proveito em política doméstica e de tentar lançar uma “cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza”.

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