Governo do Chile confirma 15 mortes desde o início dos protestos
Entre as vítimas, 11 morreram na região metropolitana de Santiago; 2.643 pessoas foram presas
O número de mortos nos protestos que ocorrem em todo o Chile chegou a 15 nesta terça-feira, 22, segundo o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. Entre as vítimas, onze morreram na Região Metropolitana, que inclui a capital, Santiago.
Segundo Ubilla, todas as mortes contabilizadas ocorreram em um contexto de “incêndios e saques, principalmente de estabelecimentos comerciais”. De acordo com o jornal La Tercera, 2.643 pessoas foram presas desde o início dos protestos.
Milhares de pessoas ocuparam a praça Itália, em Santiago, nesta segunda-feira 21, na maior manifestação registrada no local desde o começo, na sexta passada, dos atos.
Durante a madrugada, foi encontrado o corpo de um homem que morreu eletrocutado em meio ao saque a um supermercado no centro da capital. Os Carabineiros (polícia militar chilena) confirmaram que encontraram o corpo no interior do estabelecimento.
Os policiais chegaram ao local após uma chamada de emergência para interromperem o saque em pleno toque de recolher na capital. O homem se escondeu dentro do supermercado quando percebeu a chegada dos oficiais e entrou em um estoque, mas morreu devido à descarga elétrica de um refrigerador, segundo a imprensa local.
Antes da meia-noite, a Marinha confirmou outra morte, na cidade de Talcahuano, 500 quilômetros ao sul da capital. Uma pessoa foi atropelada por um caminhão da Marinha quando os soldados chegaram para intervir em outro saque e a multidão saiu correndo do local. Esta situação também ocorreu sob o toque de recolher.
Santiago e toda a Região Metropolitana, à qual pertence a capital, permaneceram pela terceira noite sob o toque de recolher, medida que na segunda-feira 21 foi ampliada para a região de Valparaíso, a província de Concepción (sul), e as cidades de Antofagasta, La Serena e Coquimbo (norte); Rancagua e Talca (centro) e Valdívia (sul).
Grupos violentos radicalizaram um protesto contra o encarecimento da passagem de metrô – e que posteriormente passou a criticar o aumento do custo de vida e a desigualdade social. Os atos resultaram em manifestações com barricadas, incêndios e saques pelas ruas.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse que o país está em “guerra” contra os grupos violentos e mantém 11 regiões do Chile em estado de emergência.
Na noite se segunda, Piñera propôs um “pacto social” para fazer frente às demandas populares. O presidente afirmou que se reuniria nesta terça com membros de seu governo e da oposição para negociar os termos do pacto, sem dar mais detalhes sobre a proposta.
(Com EFE)