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Governo do Irã acusa mais de mil pessoas por protestos em Teerã

Segundo dados extraoficiais, mais de 14.000 pessoas foram detidas em todo o país naquela que é a maior agitação desde a Revolução Islâmica de 1979

Por Da Redação 31 out 2022, 16h56
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  • Cerca de 1.000 pessoas em Teerã, capital iraniana, foram acusadas nesta segunda-feira, 31, por ligação com os protestos contra o governo que tomam o país desde meados de setembro, de acordo com o promotor-chefe da cidade. 

    Os suspeitos acusados de “atos de sabotagem”, incluindo assassinato de seguranças e incêndio criminoso, enfrentam julgamentos em massa nesta semana. Autoridades governamentais não divulgaram números oficiais, mas grupos de direitos humanos estimam que mais de 14.000 pessoas foram presas em todo o país. 

    + Protestos no Irã já deixaram 250 mortos e mais de 12 mil presos

    O anúncio aconteceu depois do enterro de dois manifestantes adolescentes que supostamente foram mortos por forças policiais no nordeste do Irã. 

    Kumar Daroftateh, de 16 anos, foi baleado à queima-roupa em uma manifestação na cidade de Piranshahr e morreu no hospital na noite do último domingo, 30, segundo o grupo curdo de direitos humanos Hengaw. Durante o funeral, as pessoas gritaram palavras de ordem contra o atual governo. 

    Ao sul, na cidade de Sanandaj, outra multidão se reuniu no túmulo de Sarina Saedi, que também tinha 16 anos. De acordo com a rede BBC, testemunhas a viram cair no chão durante um protesto alguns dias atrás, depois que ela foi atingida por um tiro disparado pelas forças de segurança.

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    Apesar dos relatos, o pai da adolescente foi obrigado a anunciar na emissora de televisão estatal que sua morte foi resultado de um suicídio, de modo a absolver as forças de segurança do país. 

    + Iranianos desafiam polícia para protestar no túmulo de Mahsa Amini

    A Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos do Irã (HRANA) relata que 284 pessoas, incluindo 45 crianças, foram mortas pelo governo iraniano na repressão aos protestos, que eclodiram após a morte sob custódia policial de uma mulher acusada de usar seu hijab “inapropriadamente”.

    Mahsa Amini, de 22 anos, entrou em coma em 16 de setembro em 16 de setembro após ser presa pela polícia moral em Teerã por supostamente violar as regras rígidas do Irã que exigem que as mulheres cubram os cabelos com um hijab.

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    Segundo relatos, os policiais bateram em sua cabeça com um cassetete e a jogaram contra a lateral de um veículo. A polícia negou as acusações e disse que ela sofreu um ataque cardíaco. Os primeiros protestos começaram após o funeral de Amini, quando as mulheres arrancaram seus véus em solidariedade.

    + Manifestantes voltam às ruas e desafiam repressão no Irã

    Desde então, eles evoluíram para um dos desafios mais sérios ao governo iraniano desde a Revolução Islâmica de 1979.

    Ao menos 35 agentes de segurança também foram mortos desde o início das manifestações, segundo o governo.  

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    As autoridades nacionais se referem aos protestos como “motins” causados por influência internacional e anunciou repressão severa para aqueles que se envolverem nos atos. Nesta segunda, o chefe do judiciário do Irã disse que os juízes lidarão com os casos de maneira rápida e eficaz.

    Segundo a agência de notícias estatal Irna, o Tribunal Revolucionário de Teerã começou a julgar cinco pessoas no último sábado, 29, que terminou com cinco pessoas sentenciadas à pena de morte. 

    + Véu arrancado: a rebelião apoiada no Ocidente contra o regime dos aiatolás

    Entre elas está um homem acusado de “corrupção na Terra” por supostamente bater e matar um policial com seu carro, disse o jornal. Outro homem que supostamente atacou a polícia com uma faca e incendiou um prédio do governo enfrentou a acusação de “inimizade contra Deus”.

    Apesar do ultimato proferido pelo major-general do Corpo de Guardas da Revolução Iraniana para que as pessoas não fossem mais às ruas para protestar, os atos não tiveram fim. 

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