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Governo Milei derruba sigilo de arquivos militares da ditadura na Argentina

No aniversário do golpe de 1976, governo também promete ação controversa: um PL para tornar imprescritíveis crimes cometidos por grupos de esquerda

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 mar 2025, 16h50 - Publicado em 24 mar 2025, 14h59

O governo de Javier Milei anunciou nesta segunda-feira, 24, o fim do sigilo dos arquivos da Secretaria de Inteligência do Estado (Side) sobre a ditadura militar da Argentina (1976-1983). Em paralelo, o presidente argentino determinou que o ataque do grupo esquerdista Exército Revolucionário do Povo (ERP) à família do capitão Humberto Viola seja oficialmente reconhecido como um crime contra a humanidade e diz que enviará um projeto de lei ao Congresso para estabelecer que os crimes cometidos por grupos guerrilheiros sejam imprescritíveis.

O anúncio ocorre enquanto manifestações pelo Dia da Memória, data que homenageia as vítimas da ditadura, tomam as ruas do país.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou que a decisão reforça o compromisso do governo Milei com a transparência e a justiça histórica. “Durante anos, esses documentos permaneceram ocultos e serviram a interesses políticos. Agora, estarão verdadeiramente a serviço da memória”, declarou. Segundo ele, a medida se baseia no Decreto 4/2010, assinado no governo de Cristina Kirchner, mas nunca plenamente implementado.

Entre os casos incluídos na reavaliação histórica, destaca-se o ataque do ERP contra o capitão Humberto Viola, ocorrido em 1974, na província de Tucumán. Na ocasião, um grupo armado emboscou o militar e sua família, matando-o e também sua filha de apenas 3 anos. “É inadmissível que esse crime tenha sido ignorado por tanto tempo. Agora, finalmente, será reconhecido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) como um crime contra a humanidade”, afirmou Adorni. Em 2022, o governo de Alberto Fernández argumentou que o incidente não constituía um crime contra a humanidade e, portanto, estava sujeito a um prazo de prescrição.

O projeto de lei para tornar crimes de guerrilheiros imprescritíveis, porém, pode ser um desafio. Na Câmara, o governo consegue forjar maioria. No Senado, o cenário é mais complicado, já que há maioria peronista.

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O porta-voz também criticou administrações anteriores, acusando-as de utilizarem os arquivos do Side como “moeda de troca política” em vez de promoverem um acesso transparente à informação. Ele citou como exemplo a desclassificação de documentos sobre o assassinato de John F. Kennedy nos Estados Unidos, argumentando que a abertura de arquivos históricos é uma prática essencial em democracias.

O processo de desclassificação de documentos sobre a ditadura já havia sido iniciado por governos anteriores, em colaboração com os Estados Unidos. Em 2016, Washington iniciou a liberação de milhares de arquivos relacionados ao período, resultando, em 2019, na divulgação de 49.000 páginas de registros de suas agências de inteligência, incluindo CIA, FBI e Departamento de Defesa.

A decisão do governo gerou reações entre lideranças políticas. A deputada Myriam Bregman criticou o que chamou de tentativa do governo de reescrever a história, alegando que a “memória completa” promovida pelo governo Milei busca “impunidade, e não justiça”. Já o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, reafirmou que “são 30.000” os desaparecidos da ditadura, em referência às vítimas do regime militar.

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“Día de la Memoria”

Organizações de direitos humanos, sindicatos, partidos de esquerda marcham nesta segunda-feira em Buenos Aires para lembrar os 49 anos do golpe de 1976. A manifestação se concentra na Plaza de Mayo, após a marcha de diferentes grupos pela cidade, incluindo a coluna de La Cámpora, que partiu da antiga Escola de Mecânica da Armada (Esma), um dos principais centros de detenção e tortura da ditadura.

O governo Milei optou por não implementar o protocolo antipiquete, resultando em uma presença policial reduzida durante os atos.

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