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Governo nega derrota de Guaidó e vê situação ‘indefinida’ na Venezuela

Bolsonaro espera que pressão internacional mobilize população e influencie cúpula militar venezuelana para tirar maduro do poder

Por Redação
Atualizado em 2 Maio 2019, 21h21 - Publicado em 2 Maio 2019, 21h03
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  • O governo do presidente Jair Bolsonaro voltou a negar nesta quinta-feira, 2, que o autoproclamando presidente da Venezuela, Juan Guaidó, tenha sofrido uma “derrota” por não ter conseguido tirar o ditador Nicolás Maduro do poder nesta semana. Guaidó convocou mobilizações populares na terça-feira 30 e na quarta-feira 1º, mas não reuniu apoio suficiente entre as Forças Armadas para derrubar Maduro, que marchou cercado por militares nesta quinta em Caracas, em demonstração de respaldo.

    Em uma transmissão ao vivo no Facebook ao lado do presidente e do empresário Luciano Hang, dono da Havan, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, classificou a situação política no país vizinho como “indefinida” e ponderou que a queda de Maduro “não é fácil”.

    “Teve gente que qualificou o que aconteceu como uma derrota do presidente Guaidó, nós não vemos dessa maneira. O que acontece é que não é fácil tirar do poder alguém que, eleito sem legitimidade, resolveu aliciar seus generais, surpreendentemente em torno de 2.000, e aliciar de forma totalmente inesperada, totalmente fora dos padrões, aqueles que deveriam ser os que defendessem o país”, afirmou Heleno.

    O ministro declarou que generais venezuelanos foram “comprados por cargos” de altos salários e influência na Economia e acusou Maduro de empregar militares no tráfico de drogas.

    Augusto Heleno disse ainda que as pressões internacionais feitas sobre o regime de Nicolás Maduro “podem, pouco a pouco, mostrar à população civil que ainda não compreendeu a gravidade do problema e principalmente mostrar aos militares de alta patente que eles precisam ter o patriotismo para trazer a Venezuela de novo para o caminho da liberdade e da democracia”.

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    Em Balneário Camboriú (SC) para um evento evangélico, Jair Bolsonaro repetiu, por sua vez, a avaliação de que há uma “fissura” entre os militares venezuelanos de patentes mais baixas que pode chegar à cúpula militar. “A tendência é essa fissura subir e atingir o alto escalão dos generais e a solução passa por aí no nosso entendimento”, afirmou.

    Assim como em entrevista nesta quarta-feira, 1º, o presidente disse na transmissão no Facebook que a crise na Venezuela pode ter impacto sobre o preço dos combustíveis no Brasil, uma vez que a redução na produção do petróleo venezuelano em função de embargos aumenta o preço do óleo no mercado internacional.

    Depois de ser pressionado pelos caminhoneiros em abril e mandar suspender reajuste de 5,74% no preço do óleo diesel da Petrobras, Jair Bolsonaro foi prontamente defendido por Luciano Hang no vídeo. O empresário declarou que “não é Bolsonaro que aumenta o preço dos combustíveis”, mas sim os indicadores do mercado internacional, como petróleo e dólar.

    O presidente também mostrou “preocupação” com as eleições presidenciais da Argentina e disse que uma vitória da ex-presidente Cristina Kirchner fará o país “entrar em uma situação semelhante à da Venezuela”. “Nós falávamos isso durante a campanha: se desse o PT aqui, nós seriamos a Venezuela. Espero que nossos irmãos argentinos se conscientizem disso”, afirmou Bolsonaro.

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