Oferta Relâmpago: 4 revistas pelo preço de uma!

Governo Trump interrompe programa para rastrear crianças ucranianas sequestradas

Exclusão dos dados resultou na perda de US$ 26 milhões (cerca de R$ 147 milhões) em evidências de crimes de guerra

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2025, 11h35 - Publicado em 19 mar 2025, 11h12

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompeu um programa que monitorava e rastreava o sequestro de crianças ucranianas pela Rússia. Em resposta, parlamentares democratas planejam enviar uma carta ao secretário de Estado, Marco Rubio, e ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, nesta quarta-feira, 19, para apelar que a iniciativa seja restaurada o quanto antes.

“Nosso governo está fornecendo um serviço essencial – um que não requer a transferência de armas ou dinheiro para a Ucrânia – em busca do nobre objetivo de resgatar essas crianças. Devemos, imediatamente, retomar o trabalho para ajudar a Ucrânia a trazer essas crianças para casa”, escreveram os legisladores no documento, obtido pela agência de notícias Reuters. 

O fim do financiamento do projeto, liderado Laboratório de Pesquisa Humanitária da Universidade de Yale, foi noticiado pelo jornal americano The Washington Post na terça-feira 18, mesmo dia em que Trump conversou por telefonema com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Na ligação, o líder russo concordou com uma trégua parcial de 30 dias no conflito, mas estabeleceu uma série de condições.

O encerramento do programa ocorre em meio a cortes generalizados no governo desde o retorno do republicano à Casa Branca, em 20 de janeiro. Como consequência, pesquisadores perderam informações preciosas, como imagens de satélites, sobre ao menos 30 mil crianças ucranianas deportadas. A exclusão dos dados resultou na perda de US$ 26 milhões (cerca de R$ 147 milhões) em evidências de crimes de guerra, o que beneficia Putin, disse uma fonte à Reuters. Entre os documentos perdidos, estavam dossiês sobre todas as crianças.

Na carta, legisladores afirmaram que tinham “motivos para acreditar que os dados do repositório foram permanentemente excluídos”.

Continua após a publicidade

“Se for verdade, isso teria consequências devastadoras”, diz o texto. Eles também pedem para que o governo Trump aplique sanções contra a Rússia e sua aliada Belarus pelos sequestros. “Essas violações flagrantes e abertamente reconhecidas dos direitos das crianças garantidos pelo direito internacional exigem consequências”, acrescentam os legisladores.

+ Zelensky diz que falará com Trump nesta quarta para discutir telefonema com Putin

Programa de ‘russificação’

Um relatório da Escola de Saúde Pública da Universidade Yale, divulgado em dezembro, apontou que aviões e fundos presidenciais da Rússia foram usados para deportar 314 crianças ucranianas de territórios ocupados, alojando-as com famílias russas. Apoiada pelo Departamento de Estado americano, a pesquisa revelou que os menores de idade foram levados para o país vizinho ainda nos primeiros meses da guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, como parte de um programa de “russificação”.

Continua após a publicidade

A pesquisa é baseada em três bancos de dados de adoção do governo russo, com registros colhidos ao longo de 20 meses. A investigação de Yale mapeou a suposta logística do programa e como ele foi financiado. Com isso, foi possível confirmar as identidades das 314 crianças. Destas, 166 foram colocadas diretamente sob os cuidados de cidadãos russos, enquanto outras 148 foram listadas nos bancos de dados de colocação de crianças da Rússia.

As conclusões apoiam os mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, contra o presidente russo e sua comissária para a Infância, Maria Lvova-Belova, em março de 2023. A corte considerou que “existem motivos razoáveis” para considerar que a comissária esteve envolvida em práticas criminais.

Lvova-Belova assumiu o cargo apenas quatro meses antes do início do confronto. Após a invasão, ela reclamou que crianças vindas da Ucrânia “falavam mal do presidente (Putin), diziam coisas horríveis e cantavam o hino ucraniano”, tendo começado “a se integrar” somente depois de serem sido adotadas por famílias russas. Segundo a comissária, os menores “se transformaram e amam a Rússia”. Mas tudo ocorreu, segundo ela, com a permissão dos pais ou de seus responsáveis legais, a não ser que esses estivessem desaparecidos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.