Grécia anuncia construção de porto de fuga para terremotos na ilha de Santorini
Decisão procura proporcionar rota segura para retirada dos moradores do paraíso grego caso abalo mais intenso atinja a região

O Ministro da Proteção Civil da Grécia, Vassilis Kikilias, anunciou nesta segunda-feira, 17, a construção de um porto de fuga em Santorini, ilha que registrou milhares de tremores desde o final de janeiro. A decisão procura proporcionar uma rota segura através de balsas para a retirada dos moradores do paraíso grego, que tem sido progressivamente esvaziado, caso um terremoto mais intenso atinja a região.
“Junto com o novo porto em Santorini que está sendo preparado, houve uma decisão de criar um porto de escape na parte da ilha onde balsas de passageiros poderiam atracar em uma emergência”, disse ele em uma entrevista à emissora grega ANT1.
No início do mês, Santorini declarou estado de emergência após registrar um terremoto de magnitude 5,2 na escala Richter – considerado “moderado”, mas o primeiro a superar a marca de 5,0, de forma aumentar preocupações. A ilha faz parte do chamado Arco Vulcânico Helênico, um dos mais ativos da Europa, com mais de 100 mil tremores registrados nos últimos 400 mil anos.
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Mas a intensidade dos sismos das últimas semanas levou autoridades do país a organizarem voos extras para que habitantes e turistas consigam escapar sem problemas. Estima-se que 11 mil pessoas tenham deixado a ilha, lar de 20 mil moradores, de acordo com a emissora americana CNN. Santorini é uma das grandes estrelas do turismo da Grécia, atraindo cerca de 3,4 milhões de visitantes por ano. O receio é que o passado torne a se repetir. Em 1956, 53 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas após um terremoto de magnitude 7,5 atingir o local.
Dados da Universidade de Atenas indicaram que a região de Santorini, Amargos, Ios e Anafi foram alvo de 14 mil tremores no período de 26 de janeiro a 9 de fevereiro. Por consequência, escolas foram fechadas nas quatro ilhas, ao passo que o comitê de emergência aconselhou os moradores a evitarem aglomerações em ambientes fechados e pediu que as pessoas se afastem dos portos.