Quarenta e seis crianças-soldado foram entregues à Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco) pelo grupo armado Maï Maï nesta quarta-feira, 21, segundo a organização.
“A Monusco seguirá com suas missões para proteger a população civil de maneira imparcial e rigorosa, assim como para neutralizar os grupos armados que ameaçam a segurança dos civis”, declarou o porta-voz militar da missão, Nabil Cherkaoui, em entrevista coletiva.
O porta-voz também confirmou que as crianças estão atualmente sob a responsabilidade do departamento de desmobilização da Monusco para sua reintegração. A libertação das vítimas ocorreu quase um mês depois de 73 crianças-soldado terem sido entregues à organização por diferentes grupos armados e outras 20 serem sequestradas.
O conflito
Os rebeldes Maï Maï, procedentes de uma região próxima, pretendem expulsar os insurgentes das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), que há anos controlam a área.
As FDLR, integradas por membros do antigo Exército ruandês e responsáveis pelo genocídio de 1994 fugiram para a vizinha República Democrática do Congo, onde semeiam terror entre a população civil em uma região rica em minerais e em diferentes recursos naturais.
O nordeste do país está há anos imerso em um longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes, apesar da presença do Exército congolês e da Monusco.