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Grupo de Lima concorda com sanções econômicas à Venezuela

Chanceler Ernesto Araújo troca encontro sobre crise no país vizinho por debate sobre liberdade religiosa, na qual Trump estava presente

Por Da Redação
23 set 2019, 17h11

Os chanceleres do Grupo de Lima concordaram nesta segunda-feira, 23, com a possível adoção de novas sanções e medidas econômicas contra o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, como meio de pressionar o país a retomar o estado de direito democrático. O uso da força está descartado, segundo comunicado do encontro dos 12 membros em Nova York.

O Brasil foi representado pelo embaixador Pedro Miguel, secretário de Américas do Itamaraty, nesse encontro. O chanceler Ernesto Araújo trocou essa reunião, que constava de sua agenda, pela participação no debate sobre liberdade religiosa na Organização das Nações Unidas, na qual o presidente americano, Donald Trump, foi a principal atração.

Nesta tarde, Araújo deverá estar presente a uma segunda reunião relativa à Venezuela – a dos países que concordam com a convocação do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), instrumento legal do hemisfério que considera como uma agressão a todos um ato de violência externa a um de seus membros. A principal questão desse debate será até que ponto, sob o argumento do risco de agressão armada de Caracas contra outro país, uma intervenção militar na Venezuela seria considerada. O Brasil e outros países do Grupo de Lima não concordam com essa solução.

Neste encontro do Grupo de Lima, os países presentes rechaçaram o bloqueio de Maduro às negociações com a oposição sobre uma solução política para a crise, que passaria pela convocação de “eleições livres, justas e transparentes e com observação internacional”, e a crescente conexão do regime com “organizações terroristas”. Para os membros do Grupo de Lima, isso “representa uma clara ameaça à paz, à estabilidade e à segurança da região” – e justifica a convocação do TIAR.

Reiteraram o apoio que dão desde janeiro passado ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como líder legítimo do país. Também sublinharam que continuarão a investigar e a deter, em seus territórios, autoridades do governo de Maduro acusadas de conexão com grupos armados e terroristas, de atos de corrução, narcotráfico, crime organizado e violações dos direitos humanos.

O Grupo de Lima também pediu ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas a investigação de violações sistemáticos dos direitos humanos na Venezuela. Repudiaram também a candidatura do “regime ilegítimo” de Nicolás Maduro a uma vaga nessa entidade e reforçaram a preocupação com a crise humanitária no país, que expeliu 4,3 milhões de seus cidadãos ao exterior na condição de refugiados.

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