O líder da Assembleia Nacional da Venezuela e autoproclamado presidente do país, Juan Guaidó, anunciou neste sábado, 2, que deve voltar a Caracas entre segunda e terça-feira da próxima semana.
Em visita ao Equador, Guaidó ainda convocou manifestações contra o regime de Nicolás Maduro para quando retornar.
“Anuncio meu regresso do Equador, país irmão, que hoje também reinicia relações produtivas entre nossos povos, para enfrentar não apenas a crise migratória, mas também o flagelo da corrupção”, disse, após se reunir com o presidente equatoriano, Lenín Moreno.
Ele também pediu ao povo venezuelano que tome as ruas “na segunda e terça-feira, apesar de também ser carnaval na Venezuela”, considerando que “hoje temos pouco para comemorar e muito para fazer, por isso vamos pedir protestos nesses dias. Sempre dentro da Constituição”.
Guaidó chegou hoje ao Equador, sua última parada de uma excursão que o levou a vários países do continente e teve uma audiência com o presidente Moreno, na Base Naval de Salinas, na província de Santa Elena.
Depois da reunião privada, os dois líderes visitaram o calçadão da cidade, onde Guaidó foi aplaudido por numerosos membros da comunidade venezuelana que gritavam “liberdade, liberdade!”.
No dia 23 de janeiro, Guaidó se autoproclamou presidente encarregado da Venezuela, ao considerar que Nicolás Maduro usurpa o cargo e teve o reconhecimento de 50 países.
Na última semana ele visitou o Brasil, Colômbia, Paraguai e Argentina, onde foi recebido com honras de chefes de estado.
O venezuelano saiu da Venezuela na sexta-feira passada, 22 de fevereiro, para acompanhar a tentativa de entrada de ajuda humanitária no país pela fronteira com a Colômbia.
Desde então, muito se discute se conseguirá retornar ao seu país, já que Maduro ordenou o fechamento das fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil. Além disso, o chavista já afirmou que seu opositor responderá na Justiça assim que chegar em Caracas.
Guaidó é investigado pelo procurador-geral chavista Tarek William Saab por suas ações contra “a paz, a economia e o patrimônio” da Venezuela. Como parte do processo, ele foi submetido a medidas cautelares, entre elas a proibição de deixar o país.
Em seu discurso em Brasília, contudo, o venezuelano garantiu que pretende voltar a Caracas até segunda-feira, 4, apesar das ameaças de Maduro.
(Com EFE)