Diante da decisão de Nicolás Maduro de dar 72 horas para diplomatas dos Estados Unidos deixarem a Venezuela, o presidente interino, Juan Guaidó, enviou nesta quarta-feira, 23, comunicado às representações estrangeiras no país para se manterem no país. Este foi o primeiro ato de desautorização de Maduro tomado pelo líder oposicionista, reconhecido por pelo menos oito países, entre os quais os Estados Unidos e o Brasil, e pela Organização dos Estados Americanos.
A medida responde à decisão de Maduro em relação aos Estados Unidos, país com o qual rompeu relações diplomáticas depois de ter reconhecido Guaidó como presidente interino. Mas também previne novas rupturas de relações bilaterais a serem possivelmente anunciadas por Maduro – inclusive, como Brasil e os demais países que seguiram a decisão de Washington.
“Na qualidade dos poderes a mim outorgados pela Constituição, comunico a todos os chefes de missão diplomática e seu pessoal acreditado na Venezuela que o Estado da Venezuela deseja firmemente que mantenham sua presença diplomática no nosso país”, afirmou Guaidó no comunicado, impresso com papel oficial da Assembleia Nacional.
Guaidó acrescenta a recomendação aos chefes de missão diplomática a desconsiderar a decisão de Maduro. “Qualquer disposição contrária careceria de validez, pois emanaria de pessoas ou entidades que, por seu caráter usurpatório, não têm autoridade legítima para se pronunciarem a respeito”.
O presidente interino compartilhou o comunicado em seu perfil no Twitter, onde se vê nesta quarta as imagens das manifestações em Caracas e vários estados do país em favor da renúncia de Maduro, considerado um “usurpador” pela oposição.
“Responsavelmente, digo-lhes que somos uma nação soberana e que continuaremos mantendo as relações diplomáticas com todos os países do mundo”, afirmou. “Continuaremos firmas (no objetivo de) retomar a ordem constitucional.”