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Guaidó defende diálogo com chavismo em Oslo

‘Não sejam cúmplices da ditadura venezuelana’, afirmou o opositor, após críticas por contatos mediados pela Noruega

Por Da Redação
Atualizado em 27 Maio 2019, 15h51 - Publicado em 27 Maio 2019, 14h25
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  • O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, defendeu o envio de delegados a Oslo em uma tentativa de mediação da Noruega para solucionar a crise política no país. O opositor advertiu que seus críticos, incluindo aqueles dentro de seu próprio partido, podem acabar sendo cúmplices “da ditadura de Nicolás Maduro“.

    “Os que não entendem que temos jogar em todos os tabuleiros, que temos que ter presença ativa em todos os lugares, (…) estão cooperando com outra causa”, afirmou Guaidó a centenas de seguidores em Barquisimeto, no estado de Lara, neste domingo 26.

    “De Lara até a Noruega, de Caracas até Washington, nossas exigências são as mesmas. Quem pretende que renunciemos à pressão nas ruas ou nos cenários internacionais para o fim da usurpação, se torna cúmplice da ditadura”, escreveu depois no Twitter.

    Guaidó confirmou no sábado 25 o envio de representantes de seu governo a Oslo, para debater com delegados do governo de Maduro. O opositor, contudo, foi muito criticado por sua decisão, incluindo por membros da oposição.

    Reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo Brasil e Estados Unidos, o autoproclamado presidente interino tem demonstrado cautela a respeito da negociação. Guaidó sabe que o diálogo com o chavismo é um tema impopular entre setores da oposição que não acreditam na disposição de Maduro em negociar.

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    Desde que Maduro assumiu o poder, em 2013, já foram quatro tentativas frustradas de diálogo. Muitos líderes opositores acreditam que a negociação não passa de um artifício do chavismo para ganhar tempo e dividir os rivais.

    Desde a semana passada, intelectuais, artistas e políticos criticaram a iniciativa norueguesa. Alguns disseram que era uma “estratégia errada”. Outros chegaram a falar em “capitulação” de Guaidó.

    “Todos temos o direito de criticar, porque somos cidadãos exigentes. E eu, como sou um funcionário público, tenho de ouvir claramente. Mas também devemos seguir em frente”, disse Guaidó, que garantiu que não aceitará um “falso diálogo” que “dê mais oxigênio à ditadura de Maduro”.

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    Impasse

    Desde que assumiu a condição de protagonista da oposição e intensificou sua cruzada contra Maduro, há quatro meses, Guaidó chegou a um impasse. Sem obter apoio de setores importantes das Forças Armadas, que permaneceram leais ao chavismo, a oposição está cada vez mais sem munição.

    Ontem, em Barquisimeto, Guaidó voltou a falar que qualquer negociação com o governo deve ter como objetivo o “fim da usurpação” da presidência por parte de Maduro, além de incluir um governo de transição e eleições livres.

    Também neste domingo, Maduro agradeceu à Noruega por seu esforço diplomático para superar a crise. “Agradeço ao governo da Noruega por avançar no diálogo pela paz e pela estabilidade na Venezuela. Nossa delegação viajará a Oslo com a disposição de trabalhar na agenda abrangente organizada e avançar na criação de grandes acordos”, escreveu o presidente venezuelano no Twitter.

    (Com AFP e Estadão Conteúdo)

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