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Guaidó lamenta morte de manifestantes e convoca novo protesto para sábado

ONU atualizou número de mortos em manifestações para cinco; líder oposicionista marcou marcha 'de paz' até quartéis

Por Da Redação
Atualizado em 3 Maio 2019, 15h54 - Publicado em 3 Maio 2019, 09h34

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, lamentou e condenou na quinta-feira 2 as mortes registradas durantes os protestos dos últimos dias no país. O líder opositor convocou novas manifestações até os principais quartéis do país para este sábado, 4.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU atualizou nesta sexta-feira, 3, o número de manifestantes mortos durante os atos de terça e quarta. Segundo a organização, cinco pessoas foram assassinadas, entre elas três menores de idade.

A ONU confirmou a morte de um adolescente de 15 anos no estado de Mérida, dois jovens de 16 e 24 anos em Aragua e outros dois de 15 e 27 anos na região de Altamira, em Caracas.

Em um comunicado divulgado por seu gabinete, Guaidó expressou “sua profunda dor e categórica condenação” diante dos assassinatos. “Estes venezuelanos são mártires libertários de nossa luta”, afirmou.

O oposicionista também convocou passeatas no sábado até os principais quartéis da Venezuela em um novo desafio ao presidente Nicolás Maduro. Guaidó afirmou que será uma “mobilização nacional de paz” para pedir que as Forças Armadas “se unam à Constituição” e cessem o apoio ao ditador.

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“Continuar nas ruas é a única maneira de manter a atenção, pressão, ação da comunidade internacional, estimular a atuação constitucional das Forças Armadas e demonstrar aos que ainda respaldam o ditador que não existirá estabilidade enquanto seguir a usurpação”, completou no Twitter.

Guaidó disse ainda que nesta sexta serão realizadas assembleias de rua para convocar as próximas mobilizações. Para domingo 5, marcou uma “vigília e oração pelos mártires e pela liberdade”.

A convocação foi anunciada depois de Guaidó ter liderado na terça-feira, ao lado do oposicionista Leopoldo López, a rebelião de um pequeno grupo de militares na base aérea de La Carlota, em Caracas, denunciada por Maduro como uma tentativa de “golpe de Estado”.

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Gauidó convocou a população a sair às ruas todos os dias até que a ditadura de Maduro seja deposta. Também afirmou que organizará greves escalonadas entre as diferentes categorias de trabalhadores nos próximos dias, até que “uma greve geral seja alcançada”.

A cúpula militar, contudo, ratificou a adesão a Maduro. Até agora nenhum militar de alta patente declarou publicamente seu apoio a Guaidó.

O diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Militar da Venezuela (Sebin), general Manuel Cristopher Figuera, foi preso na terça após a libertação de Leopoldo López. Ele foi acusado pelo governo de ter jurado lealdade à oposição, mas não se pronunciou oficialmente sobre o caso antes de sua detenção.

‘Maduro não pode confiar nem em quem serve seu café’

Em uma entrevista à agência EFE na quinta-feira, Leopoldo López afirmou que a intervenção militar na Venezuela é uma opção que ainda está presente entre a oposição, por se tratar de uma alternativa legal que contempla a Constituição.

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“Espero que não tenhamos que chegar a esse ponto, mas não descartamos, pois é constitucional, porque a liberdade é a condição para tudo”, afirmou.

O oposicionista disse ainda que já “aconteceram várias conversas” com membros destacados do chavismo, cujos nomes não revelou, sobre um possível apoio à revolução liderada por Guaidó. Segundo López, Maduro está cercado de pessoas em seu “ambiente mais íntimo” que querem que ele “saia do poder”.

“Hoje Maduro não pode confiar nem em quem serve seu café”, garantiu. “Ele sabe que em seu próprio entorno querem que ele saia, sabe que seu próprio entorno está conversando conosco em todos os níveis, e ele sabe que tem que fingir que tem o controle”, reiterou.

López foi preso em 2014 e condenado a 14 anos de prisão, acusado de liderar atos violentos nas passeatas contra o governo que ocorreram naquele ano. Nos últimos meses, cumpria sua pena em prisão domiciliar. Ele foi libertado na terça por militares por meio de um “indulto presidencial” de Guaidó.

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O ex-prefeito está atualmente refugiado com sua família na embaixada da Espanha em Caracas. Sua mulher, Lilian Tintori, denunciou na quarta-feira que sua casa foi invadida e saqueada pelas forças do governo.

Parlamentar detido

Também nesta sexta, o escritório de direitos humanos da ONU pediu que o governo de Maduro revele o paradeiro do parlamentar de oposição Gilber Caro, que foi preso na semana passada.

A Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, disse na semana passada que Caro foi detido, e descreveu a prisão como uma violação da imunidade parlamentar dele.

“Não apenas a prisão dele foi conduzia em desrespeito à sua imunidade parlamentar, mas seu destino e paradeiro não foram confirmados pelas autoridades. Isso representa um desaparecimento forçado sob as leis internacionais”, disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, a jornalistas em Genebra.

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“Ele não foi apresentado a um tribunal”, afirmou ainda, acrescentando que isso deveria ter ocorrido dentro de 48 horas após a prisão sob a legislação venezuelana.

(Com EFE, Reuters e AFP)

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