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Guaidó percorre ruas de Caracas após quase vinte horas de blecaute

Apagão é o mais prolongado já sofrido pela Venezuela; opositor convocou manifestações para este sábado

Por Da Redação
Atualizado em 8 mar 2019, 18h45 - Publicado em 8 mar 2019, 17h53

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, percorreu nesta sexta-feira, 8, várias ruas de Caracas para checar a situação da cidade afetada, até aquele momento, por vinte horas de blecaute. O apagão atingiu pelo menos 90% do país. O apagão é o mais prolongado já sofrido pelo país sul-americano, que enfrenta grave crise econômica e tenso quadro político.

O líder opositor afirmou que, sem energia, as comunicações se tornaram “difíceis” e que essa dificuldade o levou a checar diretamente o que está se passando na capital do país. “É importante acompanhar e repassar as informações oficiais”, afirmou.

Guaidó expressou sua preocupação com as pessoas que estão nos hospitais, onde a ausência de energia poderá se refletir negativamente nos tratamentos e procedimentos médicos. Mas aproveitou também a ocasião para reiterar seu chamado às mobilizações contra o governo de Nicolás Maduro, convocadas para o sábado, 9, como meio de exigir o fim da “usurpação”.

“A corrupção e o desastre é o que causou esta situação”, disse Guaidó ao lamentar que a Venezuela esteja sem energia desde ontem no final da tarde.

Maduro determinou o fechamento de escolas e de órgãos do governo e pediu que os comerciantes não abram suas lojas, a fim de facilitar o serviço das equipes que tentam restaurar o serviço.

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O metrô de Caracas parou, o que obrigou centenas de pessoas a se lançarem às ruas para tentar chegar aos seus trabalhos. A maioria dos semáforos estava fora de serviço, o que provocou grande congestionamento viário.

Na maternidade da Clínica Ávila, um bairro rico no leste da capital, mães choravam enquanto enfermeiras com velas monitoravam os sinais vitais de bebês prematuros em incubadoras, quando se apagaram os geradores.

O governo venezuelano atribuiu o blecaute a uma “sabotagem” em uma hidrelétrica que fornece a maior parte da energia da nação. A operadora estatal CORPOELEC afirmou que há uma “guerra energética” contra a Venezuela, em declaração no Twitter.

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“Fomos alvo novamente da guerra elétrica, mas, como sabem aqui, há um governo moralizado, não vão nos derrotar”, afirmou ontem o ministro de Energia, Luis Motta Domínguez, ao explicar que o serviço deveria ser restabelecido em um prazo de três horas, o que não aconteceu.

A falta de eletricidade é frequente nas cidades venezuelanas. A corrupção e o baixo investimento em manutenção prejudicam o funcionamento da rede de transmissão de energia do país. A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica, além de hiperinflação, falta crônica de alimentos e de medicamentos e uma emigração em massa de mais de 3 milhões de pessoas.

Guaidó, presidente da Assembleia Nacional que se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, foi reconhecido por cerca de cinquenta países, entre eles os Estados Unidos e o Brasil.

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O opositor lamentou no Twitter a falta de luz e responsabilizou o governo. “Sabotagem é corrupção, sabotagem é não permitir eleições, sabotagem é bloquear a entrada de alimentos e remédios. A única sabotagem é a do usurpador de todo o povo da Venezuela”, escreveu, em resposta a Maduro.

(Com EFE)

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