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Guerra de tuítes entre Milei e sua vice expõe racha no governo da Argentina

Briga se agravou após Senado, presidido por Victória Villarruel, aprovar um aumento da previdência que o líder argentino prometeu vetar

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jul 2025, 15h44 - Publicado em 14 jul 2025, 11h43

O presidente da Argentina, Javier Milei, e sua vice, Victória Villarruel, acirraram a troca de farpas que começou na semana passada com a aprovação pelo Senado de aumentos previdenciários – um projeto defendido pela oposição que o líder ultraliberal prometeu vetar. Nesta segunda-feira, 14, ele republicou em seu perfil no X (antigo Twitter), uma série de postagens chamando-a de “traidora”, “demagoga” e “estúpida”. Villarruel, por sua vez, disse ao presidente para “crescer”.

Na Argentina, vice-presidentes também são líderes do Senado. Por isso, Milei culpa Villarruel por permitir que os projetos de lei que aumentam aposentadorias e benefícios por invalidez, medidas que ele acredita colocarem em risco o superávit fiscal de seu governo, fossem debatidos e votados de maneira emergencial na casa do legislativo. Com a ausência de senadores alinhados ao governo, a moção foi aprovada com 52 votos a favor e quatro abstenções.

As repostagens de Milei incluem duras críticas vindas de seu círculo íntimo, como o publicitário libertário Santiago Oría, um funcionário do governo, que chamou Villarruel de “demagoga e ignorante” em um post. Outras mensagens compartilhadas a acusam de “trair” o presidente argentino e adotar “o pior populismo” ao comprometer nos projetos dinheiro que falta ao país.

Villarruel defendeu suas ações, afirmando que aposentados e pessoas com deficiência “não podem esperar”, enquanto desafiou Milei a “economizar em viagens e com a SIDE (Secretaria de Inteligência)” para financiar os aumentos. Ela se descreveu como “nacionalista” e negou qualquer vínculo com o kirchnerismo, rejeitando o que qualificou de “acusações infundadas”.

Num discurso recente, Milei já a havia chamado de “traidora” indiretamente. Villarruel, por sua vez, questionou a maturidade e as habilidades de comunicação do colega de chapa, comentando: “Um presidente que não consegue nem cumprimentar uma pessoa com quem chegou ao poder? Reclame com ele, porque eu nunca perco a educação.” Em outro momento, acrescentou: “Quando o presidente decidir falar e se comportar de forma adulta, poderei saber quais são as suas políticas, já que ele não fala comigo.”

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A deputada nacional Lilia Lemoine, que sempre a critica, também virou alvo dela quando um usuário comentou no Instagram de Villarruel que não entendia sua “traição”, uma vez que Milei a escolheu como colega de chapa. “Não sei por que ele não colocou a irmã dele ou Limones, de quem vocês gostam tanto”, ironizou, referindo-se a Karina Milei, que é braço direito e espécie de guru ideológica do presidente.

Racha no governo

A disputa pública nas redes sociais destaca uma divisão significativa dentro do governo argentino, com implicações para a agenda legislativa e a estabilidade política antes das eleições legislativas de 26 de outubro.

Milei prometeu eliminar o déficit fiscal crônico da Argentina e reduzir a inflação. Em janeiro, ele obteve uma importante vitória econômica ao descobrir que 2024 seria o primeiro ano em mais de uma década em que o país registraria superávit orçamentário, segundo previsão do FMI. No mês passado, a taxa de inflação mensal também caiu para 1,5%, a menor em mais de cinco anos, e segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), após uma disparada, a pobreza recuou quase quinze pontos, para 38,1%, no segundo semestre do ano passado.

Mas as medidas de austeridade que ajudaram o presidente libertário a reduzir o déficit e a inflação também desencadearam protestos, com manifestações semanais de aposentados em frente ao Congresso. Ao lado de sindicatos e organizações sociais, o movimento se ampliou com a aderência de outros setores, inclusive de torcidas de futebol.

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