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Guiana e Venezuela prometem ‘diminuir controvérsia’ sobre Essequibo

Em reunião com poucos resultados, Maduro e o presidente guianês, Irfaan Ali, disseram que vão 'continuar diálogo' a respeito de disputa territorial

Por Da Redação
Atualizado em 14 dez 2023, 20h06 - Publicado em 14 dez 2023, 17h52

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, declararam nesta quinta-feira, 14, estar dispostos a “continuar com o diálogo” sobre Essequibo, região guianesa que o governo de Caracas busca anexar. Após uma reunião sem muitos frutos, no país caribenho de São Vicente e Granadinas, a disputa segue acesa.

Após o primeiro encontro entre os dois líderes desde a escalada da disputa, mediante um referendo venezuelano que aprovou a incorporação do território vizinho, Maduro e Ali deram um aperto de mão e, de acordo com o governo venezuelano, se comprometeram a “diminuir a controvérsia em relação ao território de Essequibo”.

A região, que equivale a dois terços da Guiana, é reivindicada há anos pela Venezuela.

Reunião

Quando Maduro desembarcou em São Vicente e Granadinas nesta quinta-feira, afirmou que chegou “com a bandeira da paz e o mandato do povo venezuelano em alto”.

Sob a iminência de um conflito armado na fronteira com o Brasil, o governo Lula despachou o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, ao encontro, para fazer as vezes de mediador.

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Os resultados rasos da reunião, porém, eram esperados. Em declarações nos últimos dias, Venezuela e Guiana se mostraram intransigentes em relação às suas demandas. Irfaan Ali disse que não vai querer tratar de Essequibo no encontro, enquanto Maduro prometeu defender o “direito legítimo” de seu país sobre o território. Mesmo assim, o encontro tem sido visto como um primeiro passo para aplacar os ânimos de uma crise inflamada.

A disputa

A região conturbada, de 160 mil km², compõe 74% do território da Guiana, país que administra a área desde 1996, ano em que declarou independência do Reino Unido. A Venezuela contrapõe que o local foi retirado de seu domínio pela arbitrária Sentença de Paris, de 1899.

A disputa voltou a esquentar em 2015, quando foi descoberto petróleo na região de Essequibo. Estima-se que, por lá, existam reservas de 11 bilhões de barris. A maior parte estaria offshore, ou seja, no mar. Por causa das reservas fósseis, a Guiana tornou-se o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

Na última sexta-feira, 8, Maduro assinou um conjunto de decretos para transformar a região de Essequibo no estado venezuelano de Guiana Essequiba. Uma semana antes, o líder de Caracas já havia bradado a “vitória esmagadora” do plano de tomada do território após a divulgação do resultado do controverso plebiscito realizado entre os eleitores do país – mais de 95% daqueles que foram às urnas votaram a favor da criação do novo estado.

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