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Gustavo Petro reconhece vitória de Iván Duque na Colômbia

Direitista foi eleito presidente da Colômbia com 10,3 milhões de votos. Ex-guerrilheiro recebeu pouco mais de 8 milhões de votos

Por Da Redação Atualizado em 17 jun 2018, 21h55 - Publicado em 17 jun 2018, 20h43

Candidato da esquerda na eleição presidencial colombiana, decidida em segundo turno neste domingo, 17, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, do movimento Colômbia Humana, reconheceu a vitória de seu adversário, o direitista Iván Duque, do partido Centro Democrático. Com 99,67% dos votos apurados, Duque, um afiliado político do ex-presidente Álvaro Uribe, tem pouco mais de 10,3 milhões de votos, o equivalente a 53,96% do total, enquanto Petro tem pouco mais de 8 milhões de votos, 41,83% do total apurado.

Por meio de sua conta no Twitter, Gustavo Petro reconheceu a vitória de Iván Duque, mas ressaltou não se sentir derrotado. “Qual derrota? Oito milhões de colombianas e colombianas livres de pé. Aqui não existe derrota. Por enquanto não seremos governo”, escreveu Petro, em resposta a uma publicação da rádio Caracol com imagens de seus eleitores decepcionados com a eleição de Duque.

Em discurso aos eleitores, Gustavo Petro também declarou que seu grupo fará oposição ao governo de Duque. “Aceitamos a vitória dele, é o presidente da República da Colômbia. Não vamos pedir ministérios, nem embaixadas. Hoje, somos oposição a esse governo que vai ser formado”, disse.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou, também por meio do Twitter, que telefonou ao direitista depois de confirmada sua vitória nas urnas. Duque tomará posse no dia 7 de abril.

“Liguei para Iván Duque para parabenizá-lo e deseja muita sorte. Ofereci toda a colaboração do governo para fazer uma transição ordenada e tranquila”, escreveu Santos.

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Ao longo da campanha, o presidente colombiano não manifestou apoio a candidato algum. No entanto, ele tinha se comprometido a dar os parabéns para o ganhador como parte dos pedidos feitos para que a campanha transcorresse em um ambiente pacífico.

A eleição é determinante para os acordos de paz que buscam acabar com meio século de confronto armado no país. O prolongado conflito com as guerrilhas adiou por décadas o tradicional duelo entre direita e esquerda na quarta economia da América Latina.

Duque foi um duro crítico do acordo de paz assinado entre o governo de Santos e as Farc, já desmobilizada. O presidente eleito garantiu durante a campanha que não pretende voltar atrás no que já foi realizado, mas que pretende fazer modificações no acordo.

Líder do partido das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como “Timochenko”, também enviou uma mensagem a Iván Duque. “É momento da grandeza e da reconciliação. Respeitamos a decisão da maioria e parabenizamos o novo presidente”, escreveu o ex-guerrilheiro. “Agora é hora de trabalhar. Os caminhos da esperança estão abertos”, completou.

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O presidente eleito

Aos 41 anos e com uma experiência política de quatro anos, Iván Duque é o presidente mais jovem eleito na Colômbia desde 1872. Embora tenha se destacado no Senado, Duque chegou ao Parlamento por uma lista fechada liderada pelo polêmico ex-presidente Álvaro Uribe. A vice dele será Marta Lucía Ramírez, primeira mulher a ocupar esse posto no país.

O presidente eleito pretende recuperar o cargo máximo do país para uma direita contrária ao acordo de paz firmado entre o governo de Juan Emanuel Santos com as Farc, diminuir os impostos para as empresas e aumentar a pressão internacional contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. A Colômbia tem 49 milhões de habitantes, com 27% de pobreza e é o maior produtor mundial de cocaína.

(com EFE)

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